Agricultores acampados em frente à Assembleia denunciam que são perseguidos pela PM e Sedam

Agricultores que residem na região do distrito de Jacinópolis continuam acampados na frente da Assembleia Legislativa de Rondônia em protesto contra o Projeto de Lei n° 80/2020 que a Sedam criou para aumentar o Parque Estadual de Guajará-Mirim, o que retiraria todas as famílias daquela localidade, caso seja aprovado pelos deputados estaduais.
As famílias denunciam perseguições, que segundo eles estão ocorrendo por parte do Sedam e Polícia Militar, que atuam na fiscalização daquela região. “Os trabalhadores são presos, têm suas plantações queimadas, seus bens apreendidos, suas casas são invadidas sem mandado judicial e multas são aplicadas. Eles alegam que os agricultores estão dentro da área do parque sendo que não estão”, disse o advogado que representa as famílias, Renan Maldonado.
O advogado explicou que o projeto pretende ainda, criar seis reservas no Estado. “A Sedam quer ainda na faixa de 10 quilômetros em volta do Parque Estadual, exigir que seja área de amortecimento, o que vai deixar os trabalhadores à mercê de abusos de qualquer sorte da Polícia Ambiental e gentes fiscais”, disse.
Para evitar grandes problemas, e até mesmo despejo de todos que moram na localidade, os agricultores pedem a regularização fundiária de suas terras que ficam na região de Jacinópolis. “Nós tivemos uma reunião na última terça-feira (13) com representantes da Sedam, mas não houve avanço por parte do órgão. Foi um diálogo muito difícil porque eles disseram que não é possível fazer essa regularização. Disseram ainda, que essa extensão do chamado “Bico do Parque” para eles seria fundamental porque ali seria importante para a preservação”, detalhou Renan Maldonado.
Morador da região há mais de 9 anos, Aronilton Rodrigues alega que o Estado não fez os estudos do impacto social antes criar o projeto. “Eles disseram que foi feito esse estudo, mas sabemos que se isso aconteceu, a população não foi ouvida. Nós não somos grileiros, somos trabalhadores e queremos nos regularizar para trabalhamos em nossas propriedades”, destacou o agricultor.
Questionada pelo RONDONIAGORA sobre a denúncia feita pelo advogado, à assessoria da Polícia Militar disse que caso de qualquer denúncia que envolva os serviços da PM a mesma será devidamente apurada por meio da Corregedoria da Polícia Militar. Disse ainda, que a Polícia Militar sempre trabalha no policiamento (patrulhamento) ostensivo, visando preservar a ordem pública e que isso não é diferente em todos os municípios do Estado, com a finalidade de proteger o cidadão e coibindo os ilícitos. A assessoria finalizou dizendo que a Polícia Militar atua com todos os segmentos da comunidade, gerando a sensação de segurança tanto na zona urbana quanto na rural.
O jornal também questionou a Sedam, mas até o momento ainda não recebeu retorno.
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