Rondônia, 23 de novembro de 2024
Geral

Algas e ausência de chuva mudam cor do Rio Madeira, diz CPRM

Nos últimos dias, a cor do Rio Madeira em Porto Velho está diferente da habitual barrenta. As águas estão mais clara e esverdeadas. E o motivo, segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), os longos períodos sem chuva aliado à grande quantidade de algas bacterianas pode ser a causa da mudança da cor da água do rio. Análises da água devem confirmar a real causa.

Segundo o engenheiro hidrológico da CPRM Hercules Pessoa, a causa mais provável  da alteração seria a presença de grande quantidade de algas de cyanobactéria no rio. “Com uma menor quantidade de sedimentos e menor penetração solar, isso faz com que aumente o crescimento das algas. Mas um há um outro fator que deve ser levado em consideração, como os materiais de fundo, material de irrigação ou material doméstico (esgoto)”, afirma o engenheiro.

Ainda segundo Pessoa, o Rio Madeira, que começa a subir o nível no início do outubro, ainda com está baixo, e a tendência é que nos próximos meses volte a cota normal. “As chuvas já chegaram ao Rio Beni, e a previsão é de que o volte a aumentar o nível do rio, e que aconteça o escoamento superficial que é quando as águas voltam à cor normal”, diz.

A turbidez do rio (propriedade da água diretamente relacionada à sua qualidade como água doce e potável) está baixa, chegando a 10, enquanto antes a medição de turbidez chega a 1.100. “Essa turbidez é a uma medida indireta na quantidade de partículas que tem a suspensão na água, isso faz com que ela fique sem material particulada (argila e matéria orgânica) que causa o clareamento da água”.

Conforme Hércules Pessoa, esta é a segunda vez em que nota-se mudança  na cor da água do Madeira. O primeiro registro foi em 2005, ano em que ocorreu uma das maiores secas. “Neste ano voltou a se repetir. O nível do rio está muito baixo, então esse fenômeno voltou a ocorrer, mas por pouco tempo”, explica o engenheiro. A cota do Rio Madeira nesta segunda-feira (17) é de 2,70 metros. 

A mudança de cor, esclarece a CPRM, não afeta os peixes, nem a navegação fluvial durante o trajeto feito pelos barcos. A alteração é também percebida nos rios em Guajará-Mirim e no Abunã. Já no Madeira, a grande quantidade de madeira que era vista nas margens do rio foram levadas pela grande correnteza que veio do Rio Beni nos últimos dias.

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