Apontado como mentor da morte de Chico Pernambuco é condenado a 16 anos de prisão
Por maioria, os jurados do 1º Tribunal do Júri da Comarca de Porto Velho consideraram culpado Katsumi Yuji Ikenohuchi Lema, apontado pela Polícia e o Ministério Público como o articulador do assassinato do ex-prefeito de Candeias do Jamari, Francisco Vicente de Souza, o “Chico Pernambuco”. A juíza Juliana Paula Silva da Costa Brandão aplicou a pena de 16 anos 10 meses ao condenado.
Ao ler a sentença de condenação, a juíza afirmou que a morte aconteceu em razão de desentendimentos de ordem política e que Katsumi Yuji, como entendeu o Conselho de Sentença, elaborou o plano, contratou pessoas e viabilizou os meios para o assassinato.
Outros envolvidos no crime e apontados como executores ou facilitadores, já foram condenados: Talisso Souza de Oliveira (15 anos de reclusão) Wellyson da Silva Vieira (14 anos de reclusão), Willian Costa Ferreira (14 anos e 6 meses de reclusão), Marcos Ventura Brito (14 anos e 6 meses de reclusão por homicídio qualificado, e 6 meses de detenção, por lesão corporal), Diego Nagata Conceição (14 anos e seis meses de reclusão, por homicídio, e mais 4 meses de detenção, por lesão corporal) e Henrique Ribeiro de Oliveira (13 e 5 meses de detenção).
O crime aconteceu no dia 18 de março de 2017, no Município de Candeias do Jamari. Segundo a decisão de pronúncia, Katsumi Yuji Ikenohuchi Lema teria se juntado a seu ex-cunhado Marcos Ventura, que se responsabilizaria pela contratação dos indivíduos, aquisição de carro e arma para execução do crime. Henrique Ribeiro de Oliveira teria sido contratado para matar o ex-prefeito, porém o plano foi abortado, mas ele teria participado das reuniões de planejamento; Wilian Costa Ferreira teria sido o responsável pelo aluguel do veículo para o ato criminoso; a participação de Diego Nagata seria a de batedor do grupo de Porto Velho a Candeias do Jamari, como vigilante de blitz policial; Wellyson da Silva Vieira teria desempenhado papel fundamental, uma vez que teria ficado nas imediações da residência da vítima, assegurando condições para a execução do crime, e Talisso Souza de Oliveira seria o executor.
Último dia
O início do segundo dia de julgamento de Katsumi Yuji foi marcado pelo depoimento do réu e debate entre acusação e defesa.
Antes de ouvir o acusado, a juíza Juliana Paula Silva da Costa Brandão, que preside a sessão, determinou a exibição vídeos de dois envolvidos, já condenados pelo mesmo crime: o interrogatório de Henrique Ribeiro Oliveira, pela delegada Keity Mota, ainda na fase investigatória, e a oitiva de Marcos Ventura Brito, pela juíza na fase de inquérito.
Katumi Ikenuchi começou a responder aos questionamentos às 10h26min. O depoimento durou até às 15 horas, com dois intervalos, um deles por intervenção do advogado de defesa, Marcos Vilela. Ele orientou o réu a não responder às perguntas do promotor Jeferson Marques, alegando estarem “complicadas demais”.
O promotor Jefferson Marques iniciou o debate afirmando que Katsumi teria ameaçado Chico Pernambuco durante uma reunião e disse não ter dúvidas da participação do réu no crime.
Durante o debate, o promotor destacou o depoimento de uma testemunha preservada que teria presenciado várias desavenças entre o ex-prefeito e Katsumi.
Em seguida ele completou dizendo que Marcos Ventura Brito, condenado a mais se 13 anos de prisão pelo crime, e os demais envolvidos não tinha motivos para matar o ex-prefeito a não ser por encomenda.
Ainda de acordo com o promotor, Katsumi tinha interesse na secretaria de educação do município para nomear pessoas de sua confiança já que sua tia Shidue Mendoza teria bancado a campanha de Chico Pernambuco.
A advogada assistente de acusação Corina Fernandes durante seu debate sustentou que Shidue tia de Katsumi, teria investido R$ 100 mil na campanha de Chico Pernambuco, mas ela comentava que estava com medo da vítima não cumprir com o acordo já que o ex-prefeito não concordava com coisas erradas.
A advogada destacou ainda que Shidue, Luiz Ikenohuchi e Katsumi bancaram a campanha de Chico Pernambuco com a intenção de mandar na Prefeitura, mas depois perceberam que não iriam conseguir, já que o prefeito não compactuava com o trio que ela chamou de organização criminosa.
Durante a reunião entre Katsumi, Luiz e Shidue, Chico Pernambuco disse que não aceitaria Katsumi na secretaria de educação pois tinha conhecimento de que ele teria sido exonerado quando ocupava um cargo na Sedam em Porto Velho, por causa de problemas causados por ele, mas Katsumi não gostou e o ameaçou.
Já a defesa, composta pelo advogado Marcos Vilela e o assistente advogado Harlei Nobre sustentou a tese que Katsumi era inocente e afirmou que o Ministério Público não tinha provas suficientes para condenar o réu.
A defesa alegou que Katsumi não teria dinheiro para mandar matar Chico Pernambuco e o chamou de pobre coitado.
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