“As cortinas se abrem” - Por Judilson Dias

Finalmente o ano começou para as atividades artísticas em nossa cidade!  Especificamente em relação ao teatro, nas últimas semanas tivemos o retorno do Projeto Palco Giratório, Mercado Cultural e Semana Nacional do Teatro, realizada no espaço Tapiri, administrado pelo grupo “O Imaginário”. 

Vi uma proposta bastante interessante e senti em Cláudio a disposição de encarar seriamente a ousada proposta cênica que o espetáculo apresenta.  Partindo de uma rigorosa estrutura diagramática nos deparamos com um conteúdo que permite tirar diversas conclusões, fato raro hoje em dia na cena local.

Trata-se de um trabalho realizado a partir da pesquisa feita pelo ator Cláudio Zarco, para sua graduação em teatro pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR.  O espetáculo já circulou por festivais e mostras, ganhando alguns prêmios em nível nacional, um deles o de melhor ator.

Vi uma proposta bastante interessante e senti em Cláudio a disposição de encarar seriamente a ousada proposta cênica que o espetáculo apresenta.  Partindo de uma rigorosa estrutura diagramática nos deparamos com um conteúdo que permite tirar diversas conclusões, fato raro hoje em dia na cena local.

Mesmo tendo uma marcação geograficamente bem definida, o espetáculo não se apresenta “engessado”, possibilitando uma interpretação natural.  A encenação proposta por Éder Rodrigues apresenta-se bastante plástica, com especial destaque às cenas em um balanço.   A interpretação segura, apoiada num trabalho de corpo bastante competente, nos brinda com um espetáculo agradável e convincente.  A sonoplastia e a luz estão em harmonia com a proposta da direção.

Enfim, trata-se de um trabalho de qualidade que está disponível na cidade em “tempos de vacas magras”, culturalmente falando.  Espero que essa iniciativa do Núcleo Curari, capitaneada por um ator competente, sirva de incentivo aos demais grupos da cidade no que diz respeito à pesquisa, ensaios e proposta cênica para que, enfim, possamos ter uma assinatura cênica dos grupos locais, o que infelizmente ainda me parece um pouco distante, salvo raras exceções.  O espetáculo “Pássaro fora do ar” é uma delas.

O autor é Diretor teatral e Produtor cultural