Rondônia, 26 de novembro de 2024
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Assassino nega ataque a pauladas e diz que professora Joselita morreu após cair e bater o rosto no chão

O réu Ueliton Aparecido Silva, 35 anos, acusado de matar a pauladas a ex-professora Joselita Felix da Silva, de 47 anos, negou ter agredido a vítima com um pedaço de madeira, e disse que ela morreu após cair e bater com o rosto no chão, depois de ser agredida com três socos desferidos por ele. A declaração foi dada na manhã desta quinta-feira (19), durante o interrogatório dele no 2° Tribunal do Júri da Comarca de Porto Velho. Ueliton também negou ter golpeado com uma faca o ex-sogro, Francisco Felix da Silva, de 74 anos.

O acusado iniciou seu depoimento dizendo para todos que o relacionamento entre ele e Joselita era calmo e harmonioso.

Para os jurados, disse que era um homem bom, trabalhador e que nunca fez mal para ninguém. Ele afirmou que nunca bateu na vítima.

O homem relatou, que não desferiu nenhuma paulada em Joselita e nem facadas no pai dela. Sobre a causa da morte, disse que deu três socos na vítima, e ela morreu ao cair e bater com o rosto no chão da casa. Ueliton alegou que não tinha intensão de matar a vítima.

Durante seu depoimento, ele afirmou que o sargento da Polícia Militar que atendeu a ocorrência, estava mentindo quando disse para o juiz que quando abriu a casa flagrou Ueliton com um pedaço de madeira na mão.

Questionado pelo promotor de Justiça, Ueliton afirmou que entrou na casa usando a cópia da chave que ele guardava. Disse, que assim que entrou na casa, foi agredido com dois golpes de facão desferidos pelo pai da vítima.

Para se defender, segundo o acusado, ele empurrou Francisco, o idoso caiu no chão e desmaiou. Sobre os golpes de faca encontrados no corpo do idoso, Ueliton negou ser o autor.

Por diversas vezes, o réu sustentou a versão de que matou Joselita por ter descoberto uma traição. Ele afirmou ainda, que uma amiga dela teria apresentado à vítima para esse suposto homem, o que o deixou o acusado com ciúmes ao descobrir.

No dia do crime, Ueliton afirmou para o promotor que foi até a residência do pai da professora, para tentar reconciliar com a vítima, mas acabou tendo uma briga, que terminou com Joselita morta e Francisco ferido.

O promotor de Justiça, apresentou fotos para Ueliton tiradas dias antes do crime, onde mostraram marcas de agressões no corpo de Joselita, mas ele negou ter agredido a vítima.

O acusado pediu para ser condenado apenas pelo crime de feminicídio, sem agravantes, que segundo Ueliton não teria cometido. Ueliton disse ainda, que toma remédio controlado.

O crime

Conforme a sentença de pronúncia, Ueliton, após sair da prisão por ameaçar a Joselita, foi até a casa do pai da vítima, invadiu a propriedade e o atingiu com faca em várias partes do corpo do senhor, que é idoso e ainda requer cuidados especiais por ter Alzheimer. Em seguida atacou a professora a pauladas, o que provocou sua morte logo depois da chegada da Polícia.

Segundo testemunhas ouvidas durante a instrução, Ueliton era gentil e atencioso quando conheceu a professora, depois se tornou dependente financeiramente, ciumento ao ponto de criar situações fantasiosas e extremamente violento, comportamentos que tornavam a vida da professora “um inferno”.

Ainda segundo a pronúncia, os crimes foram cometidos por motivos fúteis e as vítimas foram pegas de surpresa e não poderiam oferecer resistência. Além disso, o meio utilizado, reiterados golpes com um pedaço de madeira (utilizado como tranca para portas e janelas da casa), pode ter causado grande (e desnecessário) sofrimento à vítima, que padeceu de “fratura de ossos frontal, maxilar, mandibular e nasal”, de modo que a qualificadora do meio cruel também deverá ser apreciada pelo Tribunal do Júri.

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