Rondônia, 23 de novembro de 2024
Geral

Cheia do Madeira já atingiu mais de 700 famílias em Porto Velho

Porto Cai N'Água, em Porto Velho (Foto: Francisco Abreu/Rondoniagora)

O Rio Madeira chegou a 17,23 metros, ultrapassando a cota de transbordamento (inundação) em Porto Velho, nesta segunda-feira (4), segundo a Defesa Civil Municipal, que poderá solicitar a declaração da situação de emergência. Já são 1.242 famílias atingidas direta e indiretamente, o que totaliza 3.889 pessoas tanto na área urbana, quanto nos distritos do Médio e Baixo Madeira.

Apesar do rio já ter transbordado, Marcelo Santos, diretor da Defesa Civil, explica que o novo prognóstico do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) mostra que o nível poderá atingir 18 metros. “São 712 famílias atingidas direta e 530 indiretamente. Mas mesmo assim, o rio ainda está 1,5 metros abaixo da cheia histórica de 2014. A previsão é que continue subindo nos próximos dias e nós estamos auxiliando as famílias que tiveram as casas alagadas”, esclarece Marcelo.

Em Porto Velho, os bairros mais atingidos são Nacional, Vila da Candelária, Triângulo, São Sebastião II - onde está localizado o Beco Gravatal, Panair - onde ficam os becos do Birro e da Rede, e também a Estrada do Belmont.

Na região do Cai N’Água, o Canal Santa Barbara também transbordou e já alagou várias ruas, como a parte da João Alfredo e Jaci-Paraná. Todos os camelôs e outros comerciantes foram retirados do local. “Essa região foi afetada por causa do canal que transbordou e invadiu ruas. A própria feira do Cai N’Água já saiu de lá e foi levada para outro lugar, por não haver condições de permanecer no local com as ruas alagadas”, afirma Marcelo Santos.

Rua João Alfredo, no Cai N'Água em Porto Velho (Foto: Elianio Nascimento/Rondoniagora)

Distritos
Entre os distritos e localidades às margens do Madeira com mais dificuldades está o Ramal Maravilha, completamente isolado. A estrada de acesso, inclusive a alternativa, está alagada e os moradores só conseguem sair da comunidade de barco.

Os distritos do Baixo Madeira estão sendo monitorados e, as pessoas que solicitam ajuda ou tem a casa invadida pela água, são retiradas e levadas para abrigos na parte mais alta ou casa de parentes.

Abrigos
Conforme a Defesa Civil Municipal, há abrigos nas comunidades São Sebastião e Boa Fé, localizadas na margem esquerda do rio. No Baixo Madeira, também há abrigos, como por exemplo, em Mutuns.

Em Porto Velho, o abrigo está preparado no ginásio Fidoca para receber quem não tenha para onde ir.

Situação de emergência
Marcelo Santos esclarece que Porto Velho continua em estado de alerta, mas a situação de emergência só pode ser decretada após preenchidos vários requisitos importantes, para que o governo federal faça o reconhecimento da situação. Entre os requisitos estão famílias isoladas; prédios públicos atingidos, como escolas, hospitais e também igrejas; moradores do Baixo Madeira terem as plantações, suas fontes de subsistências destruídas pela enchente; pontes danificadas, energia interrompida, entre outros.

“Já temos famílias isoladas, há lugares em que os produtores estão tendo as plantações atingidas. No Baixo Madeira, a Ceron já fez o desligamento técnico da energia em vários pontos, devido ao risco que corria com a proximidade da água, mas não podemos solicitar a situação de emergência somente aqui, é preciso preencher esses fatores para que o governo federal reconheça. Se a situação se agravar, aí sim, nós vamos solicitar”, finaliza o diretor da Defesa Civil de Porto Velho.

Antigo terminal de integração de ônibus (Foto: Francisco Abreu/Rondoniagora)

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