Rondônia, 01 de maio de 2024
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"Coiote" que levava crianças e adolescentes para os EUA de forma ilegal é preso em Ji-Paraná

Travessia partindo das Bahamas se tornou uma alternativa à tradicional rota pelo México (Foto: Guarda Costeira dos EUA)

O homem responsável por levar crianças ilegalmente para os Estados Unidos foi preso na manhã desta quarta-feira (18) em Ji-Paraná, pela Polícia Federal (PF) durante cumprimento de mandados de prisão expedidos pela Justiça para a Operação Piratas do Caribe III. Um outro coiote está sendo procurado nas Bahamas, com apoio da Interpol.

A Operação tem o objetivo de desarticular uma organização criminosa de “coiotes”, pessoas responsáveis de por levar brasileiros ilegalmente aos Estados Unidos, e prender o líder da quadrilha e descobrir o paradeiro de 12 brasileiros que desapareceram, em novembro de 2016, ao tentarem atravessar o oceano de barco das Bahamas até os Estados Unidos. Na embarcação, segundo a PF, havia pelo menos dois rondonienses. Outros eram dos estados de Minas Gerais, Pará, Paraná e São Paulo.

A Justiça ainda determinou o sequestro de bens dos envolvidos no esquema para ressarcir o dano causado às famílias das vítimas.

Conforme a PF, a estimativa é a organização criminosa tenha movimentado mais de R$ 25 milhões, nos últimos anos, e que tenha enviado aos Estados Unidos de fora ilegal, em média, 150 adultos e 30 crianças e/ou adolescentes por ano.

Durant as investigações, a PF confirmou a morte de diversos brasileiros que tentaram a travessia, inclusive, com suspeita de tenham sido assassinadas.

Piratas do Caribe
As investigações começaram a partir da notícia do desaparecimento de um brasileiro que teria tentado entrar ilegalmente nos Estados Unidos com auxílio de “coiotes”, que cobravam quantias de, em média, R$ 60 mil para intermediar o transporte ilegal via Bahamas.

Antes de sair do Brasil, os imigrantes ficavam em algumas cidades com aeroportos internacionais de fácil acesso, aguardando a ordem de embarque para as Bahamas, que ocorria quando um determinado agente de imigração daquele país facilitava a entrada dos brasileiros. Uma vez nas Bahamas, os imigrantes aguardavam por vários dias para tentar fazer a travessia de barco e assim ingressarem clandestinamente nos Estados Unidos.

Além de todos os conhecidos riscos que envolvem a imigração ilegal para outros países, os “coiotes” escondiam os reais perigos envolvidos na travessia como a passagem pela região do Triângulo da Bermudas, famosa pelo alto índice de tempestades, naufrágios e desaparecimento de embarcações e aeronaves.

No final de janeiro deste ano, a PF confirmou que ao menos quatro pessoas foram presas por envolvimento no esquema, em Minas Gerais e em Rondônia.

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