Comunidade vê mudanças e dá apoio a militarização na Escola Manaus em Porto Velho
Mesmo com a Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pelo Ministério Público do Estado contra as lei e decretos que regulamentam e aumentam as escolas militares em Rondônia, a comunidade estudantil e população que vive ao redor da última unidade criada na capital, antiga Escola Manaus, preferem a manutenção do regime e justificam.
“Minha escola melhorou muito. Agora temos mais sossego para estudar à noite. Antes os estranhos entravam a hora que queriam, usavam drogas na quadra da escola, e a gente tinha até medo de utilizar o espaço”, conta a estudante no 6º ano da Educação para Jovens e Adultos (EJA), Natalie Lorena Moura, 15 anos.
Entre as irregularidades apontadas pelo MP a principal diz que não é função da Polícia Militar comandar escolas. “Se é ou não, eu não sei, mas que está dando certo, isso está. Eu gosto do regime militar, a segurança melhorou muito aqui na comunidade também, porque antigamente era assalto toda hora”, declara Raimundo Santos, pintor e morador do Bairro do Roque há 25 anos.
“Essa história de cobrança de taxa e preferência das vagas para os filhos de militares não existe. Agora até quem não queria que os filhos estudassem na escola por causa da violência, já está com todos matriculados lá. Teve resistência mais do ‘pessoal’ da noite, muita gente desistiu. Mas foi bom, porque só ficou quem realmente quer estudar”, diz a enfermeira Emily Nascimento.
A profissional da saúde revela ainda que a agilidade em resolver furtos e brigas de alunos da escola, melhorou 100%. “Desnecessário o MP interferir nisso, algo que está sendo positivo tanto para os alunos quanto para a comunidade. Um dia desses tinha uma aluna aqui fora com uma tesoura para furar a outra, e como tem policiais na escola, rapidamente o caso foi resolvido sem que nada mais grave acontecesse”, completa Emily.
Andressa Garcia e Odinéia Nogueira Silva são irmãs e tem uma pequena lanchonete bem na esquina da escola. “Já vi muita coisa aqui, assalto atrás de assalto. Agora tem viatura passando com bastante frequência e a aquela insegurança na região deu uma acalmada”, diz Andressa. Odinéia lembra que já o estabelecimento já foi roubado inúmeras vezes, e que desde que o regime passou a funcionar na escola, tudo ficou mais tranquilo.
A aluna do período vespertino, no 8º ano fundamental, Mirelly Oliveira e comenta como era a escola antes da militarização. “Os caras tocavam fogo nas coisas, usavam droga dentro da escola, destruíam tudo. Agora até o meu rendimento escolar melhorou”, afirma. “A maioria da comunidade foi a favor, e não tem porque mudar isso”.
Nilzete Aparecida Sembarski, 43 anos, é comerciante e moradora do bairro há 30 anos. “Olha, essa foi a melhor saída. A escola estava se acabando, era muito vandalismo. Eu não tinha coragem de colocar nenhum parente meu para estudar aí, mas agora minha neta estuda na escola e é uma paz. Agora você imagina, se já fazem a malandragem de qualquer jeito por aí, sem eles aqui os bandidos vão tomar conta de novo”.
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