Corte de verbas atinge Unir e IFRO e instituições preveem graves problemas

O corte de 5,8%, no orçamento destinado a educação do país, definido pelo Governo Federal, já trouxe impactos diretos para a Universidade Federal de Rondônia (Unir), e ao Instituto Federal de Rondônia (IFRO), conforme o comunicado oficial das duas instituições.
A reitora da Unir, Marcele Regina Nogueira Pereira, disse que os impactos decorrentes na instituição são grandes. “Especificamente com relação à Unir, houve o bloqueio de R$ 2.118.292,92, referentes a recursos com execução a ser realizada até o final de 2022, levando a impactos significativos, que se somam a outros bloqueios e cortes ocorridos, afetando contratos de serviços já em andamento, e aquisições de bens e materiais fundamentais para o desenvolvimento de atividades e nas contratações ou renovações de novos serviços”, informou.
Segundo a reitora da Unir, este quantitativo se soma a corte, já realizado em 2022, no valor de R$ 3.277.251,00 sobre recursos destinados à Unir para gastos em capital.
A reitora explicou que no conjunto, a redução no orçamento em 2022 impacta investimentos, como conclusões de obras e aquisição de equipamentos permanentes, na manutenção de bolsas oferecidas a estudantes, nas as diversas modalidades de auxílios estudantis, nos contratos em andamento e em fase de planejamento; e nas despesas ordinárias, como segurança, limpeza manutenção predial, e fornecimento de água e energia elétrica.
A Unir, afirmou, que mesmo diante desse cenário desfavorável a gestão superior da instituição, que todas as ações necessárias para garantir a manutenção do funcionamento da Instituição serão tomadas, sempre visando a qualidade do ensino, da pesquisa, da extensão e de todos os demais serviços ofertados pela Universidade. “Ao mesmo tempo a Universidade se alinha às ações mais amplas, em conjunto com as demais instituições federais de ensino, em busca de alternativas para reverter e superar a atual situação crítica imposta ao ensino público brasileiro”, disse.
IFRO
Já o IFRO detalho que o novo bloqueio de recursos, gerou um bloqueio de R$ 1.281.342,87. Ao todo, no ano de 2022, o percentual de orçamento bloqueado é de 10,1%, que corresponde a R$ 4.469.268,87, valor imprescindível para a manutenção de contratos e custeio de diversas atividades de ensino, pesquisa e extensão nos 10 campi do IFRO e mais de 70 polos de educação a distância. O impacto será sofrido por mais de 20 mil estudantes e servidores em diversas localidades dentro e fora de Rondônia.
O IFRO destacou que no primeiro semestre deste ano, a instituição já havia sofrido o corte de R$ 3.187.926,00, que correspondia a 7,2% dos valores totais previstos para 2022, e agora se somam ao prejuízo de mais 3,12% bloqueados. A instituição destacou que o repasse previsto para este ano já era inferior ao de 2021, o que já configurava uma situação delicada para a continuidade das ações institucionais frente ao retorno de atividades presenciais após o auge da pandemia de covid-19.
De acordo com o IFRO, o bloqueio abrange o orçamento discricionário, referente tanto ao custeio, destinado ao pagamento de serviços como limpeza, segurança e energia elétrica, quanto ao investimento, aplicado em novas obras, aquisição de equipamentos de laboratórios etc. Outras políticas importantes também estão prejudicadas, como as de assistência estudantil, que permitem a centenas de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, continuarem os estudos com auxílios para custear transporte, alimentação, moradia e acesso à internet.
A instituição afirmou ainda, que o impacto negativo de mais um bloqueio no orçamento do Instituto também atinge toda a sociedade, visto que valores previstos para o desenvolvimento de ações de ensino, de pesquisas e de projetos deixarão de ser aplicados. Isso resulta na suspensão de novas vagas em cursos, diminuição da oferta de profissionalização rápida em todo o estado de Rondônia, assim como a queda nos índices de permanência e êxito escolar.
O IFRO ressaltou que se torna quase impossível finalizar o ano letivo sem prejuízos à qualidade do ensino ofertado. “O IFRO depara-se com mais uma restrição que impõe de forma abrupta a paralisação de serviços e a suspensão de iniciativas voltadas à oferta da educação pública de qualidade”, disse em nota.
Veja Também
Com foco na segurança viária, governo de Rondônia promove curso de capacitação para mototaxistas
Prefeitura de Porto Velho decreta recesso administrativo entre 19 de dezembro e 4 de janeiro
Nova 364 presta 1,2 mil atendimentos na BR-364 na fase de testes