Expedição pela BR 319 mostra viabilidade de recuperação da estrada

Nos 877 quilômetros que separam Porto Velho de Manaus, o veículo que transportava os repórteres de RONDONIAGORA cruzou com apenas duas pessoas. Um andarilho jovem que não aceita carona de ninguém e um homem à beira dos 60 anos com sérios transtornos mentais alardeando ter saído da Venezuela a caminho da capital rondoniense. Foram 48 horas de uma viagem sob sol, chuva, atoleiros e muitas, muitas incertezas e dificuldades.
R$ 9 milhões já liberados
Vinte e dois carros traçados formaram a expedição “Chega de Atoleiros”, uma iniciativa do senador Acir Gurgacz (PDT), presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária. Jornalistas, assessores, militares e representantes de órgãos e entidades ligados à economia e meio ambiente acompanharam o parlamentar na via crucis para desenvolver, em conjunto, um relatório sobre a viabilidade de recuperação da 319.
R$ 9 milhões já liberados
Uma placa enferrujada afixada ao longo da BR diz ter havido a disponibilização de R$ 9 milhões para conservação e manutenção dos trechos mais críticos. Mas o que se vê são buracos capazes de encobrir até pneus de trator. A única máquina avistada em toda a viagem – uma pá mecânica – pertence a um empresário que veio socorrer um amigo atolado. O maquinário oficial sumiu do trecho.
O superintende do Dnit para Amazonas e Roraima, Fábio Galvão, alega dificuldade para realização de obras no inverno e, enquanto nada é feito, a floresta continua avançando pelos dois lados da pista. Há longos trechos onde não é possível passar um carro e uma motocicleta ao mesmo tempo.
O resto de asfalto que chegou ali em 1979 é retirado das laterais da BR, deixando intermináveis valões de tabatinga. Esse mix de pavimentação é transformado em entulho para cobrir os buracos que ficam no centro da rodovia. O “serviço porco” agravou o risco de acidentes aos que se atrevem atravessar a 319. “Nós adotamos um planejamento militar para evitar que sejamos surpreendidos. Por meio de rádio, nós avisamos as viaturas que estão atrás sobre os perigos, e toda a ação é coordenada por um oficial que acompanha a comitiva”, explicou o sargento Helmer Clemente, instrutor de selva que empreendeu esforços no socorro mecânico aos veículos que apresentavam problemas.
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