Rondônia, 28 de novembro de 2024
Geral

Falsas Ilusões: Você sabe de onde vem a luz do banheiro?

Com a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, esta última a terceira maior do país, Rondônia passou a ser um Estado importante no cenário brasileiro como gerador de energia elétrica. Um sonho que virou realidade. Mas que, também, passou para a população algumas falsas fantasias.

Uma delas foi a de que, como produtor de energia elétrica, o rondoniense teria energia abundante, segura e barata. Todos falaram isso. Políticos, empresários, entidades empresariais... E o consórcio que construiu as usinas calou sobre o exagero. Lembra? Estava na televisão, no rádio, nos adesivos dos carros. Em todo canto.

Essa propaganda foi para conquistar a simpatia e a confiança das pessoas num projeto de desenvolvimento que colocaria Rondônia no topo da onda, gerando mais empregos, renda e crescimento. Como de fato, aconteceu. Mesmo tendo que perder as cachoeiras de Santo Antônio e Teotônio, importantes lugares de cultura, lazer e turismo do povo de Rondônia.

A promessa de energia elétrica mais barata, pelo fato do nosso Rio Madeira sediar as usinas de Santo Antônio e Jirau, foi falsa. Não era verdade. Nunca foi. Em lugar nenhum do país.

Primeiro, porque a energia elétrica que sai das usinas não vai direto para as redes elétricas que passam na porta das nossas casas, comércio ou fábricas. E nem vai para São Paulo, por exemplo, só o que sobra. Não é nada disso.

Toda a energia que as usinas de Rondônia geram, vai para a rede interligada do SIN-Sistema Nacional Integrado de Energia. E esse sistema é que leva essa energia para todos os cantos do Brasil. Hoje, só 2 ou 3% do país não é atendido pelo SIN.

Segundo, o local ou região que produz energia elétrica não tem um valor de tarifa mais barato por isso. Se assim fosse, os moradores das regiões Sul e Sudeste teriam a energia mais barata do país, pois lá é produzida mais da metade de toda a energia que o Brasil consome. Entretanto, em alguns estados ela é muito mais cara que aqui.

E nós é que estaríamos na roça, na juquira, pagando o preço mais caro do Brasil. Sabe por que? Porque só produzimos 6% de toda a energia produzida no país.

Na verdade, quando acendemos a luz da cozinha, da sala ou do banheiro, não temos como saber de qual usina ou cidade ela veio. Isso porque todas as produções de todas as usinas, de todos os cantos e meios de geração – hidrelétricas, aeólicas, nuclear, solar ou termoelétricas a diesel ou biomassa – vão para o Sistema Nacional Integrado de Energia-SIN.

A energia que as distribuidoras, como a Energisa, fazem chegar em nossas casas é comprada em leilões promovidos pelo governo federal. A concessionária apenas informa quanto de energia precisa para fazer acender a luz da nossa casa, do nosso banheiro. Ou que ilumina o sítio e faz funcionar a agroindústria. Um setor em que somos fortes.

Apesar de tudo, temos que reconhecer a importância das usinas hidrelétricas para o desenvolvimento de Rondônia e do Brasil. Tanto, que o nosso estado tem mantido o crescimento do PIB acima da média nacional, com picos de 5%. E é, entre os da Federação, um dos poucos com as contas em dia. Sim, nós ganhamos com as usinas.

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