Rondônia, 08 de maio de 2024
Geral

Governo diz que Júnior Gonçalves “precisou deixar suas funções administrativas por tempo limitado”

O governador do Estado, Marcos Rocha, ao que parece deve manter seu secretário-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, Alvo da Operação Propagare, deflagrada pelo Ministério Público de Rondônia, após descobrir a existência de grupo um criminoso, supostamente responsável por realizar e coordenar fraudes em procedimentos licitatórios e pela prática de atos de corrupção no âmbito do Governo.

Em nota no final da manhã, a Superintendência de Comunicação Governo de Rondônia se manifestou dizendo que o governador Marcos Rocha foi notificado sobre o andamento da operação na manhã desta sexta e que o “secretário-chefe da Casa Civil precisou deixar suas funções administrativas por tempo limitado”. Na realidade o afastamento de 180 dias foi determinado pela Justiça em meio aos indícios apresentados pelo MP e Polícia.

A nota diz ainda que o Governo “respeita o trabalho do judiciário e que espera a conclusão do andamento processual para que os fatos concretos venham à tona”.

Já Júnior Gonçalves, disse que está à disposição da Justiça para eventuais esclarecimentos.

Ele informou que foi notificado oficialmente na manhã desta sexta-feira (14) sobre as investigações relacionadas à operação do MP.

O secretário chefe da Casa Civil, disse ainda, que para que “possa garantir a lisura e transparência das investigações para que, enfim, tudo isso seja definitivamente esclarecido, me coloco à disposição para eventuais esclarecimentos.”

Ressalta que ainda está tomando ciência dos pormenores das investigações e disse que confia na justiça e tem total convicção de que a verdade prevalecerá.

Operação Propagare

As investigações do Ministério Público de Rondônia descobriram que a organização criminosa é supostamente liderada pelo secretário-chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, que conta com o auxílio e colaboração de seu advogado particular, Nelson Canedo, que detém importante função na interlocução entre o agente político com os servidores e empresários do ramo de publicidade, razão pela qual o MPE representou pelas medidas de busca e apreensão e pelo afastamento cautelar do Secretário-chefe da Casa Civil.

Com base no resultado das buscas realizadas na primeira fase da operação denominada Propagare e nos dados obtidos a partir da decretação de quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático dos investigados, foi possível identificar fortes indícios de pagamentos de vantagens indevidas para o Secretário-chefe da Casa Civil, por intermédio de contrato simulado de serviços e honorários advocatícios firmado com auxílio e voluntariedade do advogado, visando garantir a manutenção de contrato de prestação de serviços de publicidade no âmbito do executivo estadual.

Revelou-se, ainda, indícios de que, após a deflagração da primeira fase da nominada operação, os investigados romperam com o empresário detentor do então contrato de publicidade e passaram a articular e coordenar um processo de licitação direcionado para determinada empresa, restando apurado que o mesmo advogado que firmou o contrato simulado de serviços advocatícios acima identificado, passou a representar a referida empresa no certame, bem como restou identificado que servidores que compuseram a subcomissão técnica de julgamento das propostas técnicas do certame possuem relações estreitas com a empresa e, inclusive, com o Secretário-chefe da Casa Civil.

Os mandados de busca e apreensão expedidos pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia buscam robustecer o conjunto probatório existente, com a obtenção de novas provas, cessar a continuidade das ações criminosas, delimitar a conduta dos investigados, bem como identificar e recuperar ativos frutos dos desvios realizados.

O Ministério Público do Estado de Rondônia, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), obteve, ainda, cautelarmente o afastamento, pelo prazo inicial de 180 (cento e oitenta) dias,do cargo do Secretário-chefe da Casa Civil, investigado por supostamente receber mensalmente propina para garantir benefícios em contratações públicas com o Governo do Estado de Rondônia, bem como o deferimento de buscas e apreensões no Gabinete do Chefe da Casa Civil, no Escritório de Advocacia, nas residências dos investigados e na sede de uma das empresas, que possivelmente facilita a lavagem de dinheiro.

SIGA-NOS NO

Veja Também

Operação do MP, PF e PC mira organização criminosa que seria comandada pelo chefe da Casa Civil

Vídeo: MP e Polícia fazem buscas no escritório do advogado Nelson Canedo, envolvido com Júnior Gonçalves

Governador agora diz que cada secretário tem seu CPF, ao comentar operação contra seu homem forte

Júnior Gonçalves é afastado; ele e advogado armaram para direcionar publicidade, segundo o MP