Morte de idosa é o primeiro caso de transmissão comunitária do Coronavírus em Porto Velho
Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (31), a coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), Jorilda Monteira, confirmou que a idosa de 66 anos que morreu no Cemetron no último domingo, vítima de Coronavírus (Covid-19), foi o primeiro caso de transmissão comunitária da doença em Porto Velho.
A coordenadora disse que após a confirmação da doença, as equipes começam o trabalho de rastreamento de pessoas que tiveram contato com o paciente infectado. “É feito um levantamento de quantas pessoas moram com esse paciente, quais os lugares que essa pessoa frequentava e entre outras verificações e rastreamento minucioso”, explicou Jorilda Monteira.
A secretária municipal de saúde, Eliana Pasini, esclareceu que a idosa procurou o Pronto Atendimento José Adelino da Silva passando muito mal. “Ela foi atendida pela equipe, avaliada, o Samu foi acionado e encaminhou a paciente para o Cemetron porque ela estava com problemas respiratórios. Nós ainda não sabemos como ela foi contaminada, mas estamos investigando”, disse.
Na primeira investigação, feita pelas equipes da Semusa, foi constatado que a idosa não teve contato com pessoas que viajaram para fora do Estado.
Sobre o motivo da médica que acompanhou o caso da idosa no Cemetron, ter atestado a morte por Coronavírus, a secretária informou que os médicos observam o estado clínico da paciente e geralmente quando não têm certeza da causa é colocado como suspeita. “A idosa apresentava uma clínica respiratória condizente com o Covid-19. Provavelmente a médica esqueceu de usar a palavra suspeita na hora de atestar”, diz.
A secretária enfatiza a importância de seguir as recomendações de saúde. “Com essa primeira vítima fatal, quem sabe a população entenda precisa melhor o que estamos passando e que não é uma situação simples. Significa que o vírus já está nos bairros. Precisamos mais do que nunca que a população nos ajude, só saindo em caso de extrema necessidade”, enfatizou.
Decreto municipal
O decreto que suspendeu as atividades e determinou o isolamento na Capital foi prorrogado por mais 15 dias, segundo Eliana Pasini. “Nós continuamos seguindo o decreto, o isolamento social, trabalhando quando necessário e as pessoas que tem comorbidade e mais de 60 anos, continuaram afastadas. Da nossa parte, nós estamos seguindo todas as recomendações e pedimos a população que faça o mesmo”, informou.
A secretaria adjunta da Semusa, Marilene Penati, também destacou a importância de ficar em casa. “Estamos trabalhando todos os dias para tentar fazer com que a população acredite que o único meio de diminuir o mal dessa doença é não se expondo”, diz.
Monitoramento
Segundo a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), Régia Martins Pacheco, na segunda-feira (30), as equipes foram até o Pronto Atendimento José Adelino da Silva, onde a idosa esteve antes de ser encaminhada para o Cemetron. “Nós conversamos com os profissionais e direção sobre os procedimentos realizados. Verificamos como foi o atendimento a essa paciente, como os profissionais estavam vestidos no momento do atendimento e reforçamos a importância da utilização dos equipamentos de proteção individual. Todos foram orientados a nos informar, caso sintam alguns sintomas da doença nos próximos dias”, diz.
A diretora disse ainda que todos os dias as equipes ligam para os casos suspeitos para verificar o estado de saúde de cada um. Foi constatado pelos profissionais que alguns não estão seguindo a recomendação corretamente. “Houve casos de pessoas com suspeita de Coronavírus, que chegaram a sair de casa, o que não é recomendado. A gente pede que todos que estão em quarentena permaneçam, sigam nossas orientações”, disse Régia Martins.
Kits de testes rápidos
A secretária informou que a Semusa está realizando compra emergencial para a aquisição de kits para exames. “Os testes serão distribuídos nas unidades de saúde. Em caso de suspeita, o profissional realiza o teste que fica pronto em até 15 minutos. Mesmo com esses testes rápidos, o Lacen vai continuar fazendo os exames dos casos suspeitos em Porto Velho”, finalizou Eliana Pasini.
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