Rondônia, 28 de fevereiro de 2025
Geral

Níveis fluviais na Amazônia registram queda recorde, aponta estação de pesquisa


As chuvas na Amazônia começaram a escassear em junho. Já são mais de três meses de uma estiagem crescente, o que está isolando comunidades inteiras, por causa das dificuldades de navegação em trechos de rios quase secos.

A balsa que liga Rondônia ao Acre, pelo Rio Abun㠗 afluente do Madeira —, está operando há dias com uma capacidade mínima. Cidades como Rio Branco, capital acriana, enfrentam falta de combustível e encarecimento dos alimentos. A situação mais grave, porém, atinge 25 cidades do Amazonas.

As chuvas na Amazônia começaram a escassear em junho. Já são mais de três meses de uma estiagem crescente, o que está isolando comunidades inteiras, por causa das dificuldades de navegação em trechos de rios quase secos.

A balsa que liga Rondônia ao Acre, pelo Rio Abun㠗 afluente do Madeira —, está operando há dias com uma capacidade mínima. Cidades como Rio Branco, capital acriana, enfrentam falta de combustível e encarecimento dos alimentos. A situação mais grave, porém, atinge 25 cidades do Amazonas.

A Defesa Civil do estado emitiu alertas para esses 25 municípios, diante dos efeitos da estiagem prolongada. Sete cidades já responderam ao alerta e decretaram situação de emergência, reconhecida pela Defesa Civil. Outras duas devem tomar a mesma iniciativa ainda nesta semana. Ao todo, 5 mil famílias estão isoladas, sem condições de transporte, com dificuldades de acesso a alimentação e a combustíveis.

A Defesa Civil ainda calcula quantos são os alunos que precisaram interromper o calendário escolar simplesmente porque não têm como chegar às escolas. “Nossas estradas são os rios. Quando seca o leito, os alunos ficam impedidos de ir à aula”, lamenta o coordenador da Defesa Civil no Amazonas, tenente-coronel Roberto Rocha Guimarães.

O temor no estado é que a situação de seca neste ano seja semelhante — ou até pior — do que a registrada em 2005. Em outubro daquele ano, a Amazônia viveu a seca mais severa desde 1963. O governo do Amazonas decretou estado de calamidade pública em todos os municípios do estado. Cerca de 1,2 mil comunidades — 32 mil famílias — sofreram com falta de água potável e alimentos, impossibilitados de serem transportados por causa do baixo nível dos rios Negro, Solimões e outros cursos d’água de menor porte.

Pelo que já acontece no Rio Negro, e diante da antecipação da seca, a situação poderá se repetir neste ano, como alerta o superintendente de Usos Múltiplos da ANA, Joaquim Gondim, responsável pela prevenção de eventos críticos. Na última quinta-feira, dia 9, o rio tinha 20,47 metros. É o mesmo nível registrado em 9 de setembro de 1963. “É bem provável que, com esse nível tão baixo, a região registre o mesmo período de seca de 1963, a maior seca num período de 100 anos”, diz Joaquim.

Ponto zero
Um grupo de especialistas em hidrologia e meteorologia do Amazonas, consultado pela Defesa Civil do estado, concluiu que a estiagem, neste ano, começou mais cedo na Amazônia. Por isso, as expectativas são ruins para os próximos meses de outubro e novembro, quando a seca deve se agravar.

No Rio Solimões, o nível da água já é o mais baixo registrado desde a década de 70, quando começou a ser feito o monitoramento. O último dado da estação de Tabatinga mostra um índice de 32 centímetros negativos. Isso significa o quanto o rio baixou em relação ao ponto zero da última régua colocada pelos técnicos da estação. “Os técnicos não imaginavam que ia baixar tanto”, afirma o superintendente da ANA, Joaquim Gondim.

No ano passado, segundo os registros já feitos pela ANA, o Rio Negro teve a maior cheia da história em Manaus: quase 30 metros. Agora, as comunidades locais do Amazonas sofrem com a seca. Os problemas estão concentrados principalmente nas regiões do Alto Solimões, na fronteira com o Peru e a Colômbia, e no Alto Juruá, na divisa com o Acre. “Apenas embarcações de pequeno porte estão fazendo o traslado de produtos nessas regiões. As balsas estão conseguindo transportar o combustível para as termelétricas, mas a falta de abastecimento encarece os produtos alimentícios”, ressalta o coordenador da Defesa Civil do estado.

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