Operação cumpre 14 mandados de prisão com 250 agentes federais em Rondônia
A Operação Mors, desencadeada nesta quinta-feira pela Polícia Federal em Jaru e outras cidades rondonienses, cumpre 35 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão, - a maioria, contra servidores públicos integrantes de órgãos de segurança pública do Estado. As ações ocorrem nos estados de Rondônia e Mato Grosso e estão envolvidos mais de 250 policiais federais.
Segundo a Polícia Federal, a operação combate grupo de extermínio composto por policiais que atuavam nas cidades de Jaru e região. O grupo criminoso era composto por policiais, agentes penitenciários, um jornalista entre outros, envolvidos em diversos crimes como extermínio, agiotagem, corrupção, lavagem de dinheiro, abusos de autoridade, ameaças, fraude processual, intimidação de testemunhas, porte, posse e comércio ilegal de armas de fogo, segurança particular ilícita e até tráfico de drogas. Um advogado e um policial civil também foram conduzidos para prestar esclarecimentos.
Os policiais, envolvidos com a organização criminosa, começaram a realizar execuções como uma forma de justiça privada, da qual eram vítimas pequenos infratores locais. Os crimes começaram a ocorrer de forma desenfreada e as execuções começaram a ser realizadas pelas mais variadas e gratuitas razões, que iam, desde cobranças de dívidas, até crimes encomendados, como ocorre em regra nas mortes executadas por os grupos de extermínio.
Chamou atenção dos Policiais Federais a grande quantidade de mortes ocorridas na cidade de Jaru, concentradas em um curto período do ano de 2014. Todos os assassinatos seguiam um mesmo ritual e eram realizados por grupo de dois homens em uma moto preta. Até o momento, dez mortes já foram identificadas como sendo de autoria da organização. As vítimas eram testemunhas dos crimes cometidos pelos policiais ou pessoas endividadas, que não tinham condições de saldar seus débitos.
Também usuários de droga teriam sido assassinados nesse período. Mais de cem assassinatos estão sendo investigadas e poderão ser atribuídos à organização criminosa. Entre os mortos estão ex-presidiários, detentos do regime carcerário, empresários e um advogado da cidade. Os crimes promovidos pelos integrantes da organização criminosa ficaram conhecidos como “assassinatos da moto preta”.
Foram alvo do grupo um juiz e um promotor da cidade, que tiveram suas casas alvejados por disparos de arma de fogo. Há informação de que outras autoridades também teriam sido alvo de coação por parte do grupo, como autoridades da própria polícia militar e também populares.
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