Rondônia, 22 de dezembro de 2025
Geral

Porto Velho tem redução em novos casos de AIDS nos últimos anos

A poucas horas do Dia Mundial de Luta Contra AIDS, lembrado nesta quinta-feira, os números demonstram redução nos registros de novos casos em Porto Velho no últimos quatro anos. Segundo os dados do Serviço Ambulatorial Especializado (SAE) em HIV/AIDS, anexo à Unidade de Saúde Rafael Vaz e Silva, foram contabilizados 71 casos a menos desde 2013 até novembro deste ano. 

Em 2013, foram recebidos pelo SAE 372 novos casos. Em 2014, o número caiu para 322. Já em 2015 e 2016, até este mês, chegaram até o SAE 301 novos casos. São 3.485 pacientes cadastrados no sistema de atendimento especializado. A enfermeira e diretora do serviço, Albenita Nogueira explica como funciona o atendimento.

“A maioria dos casos do interior é direcionada para a Policlínica Oswaldo Cruz. Nossos números tem maioria de pacientes da capital, mas também atendemos a pacientes de Guajará Mirim, algumas cidades do Amazonas, do Acre, pacientes em trânsito, e entre os cadastrados também estão as crianças filhas de mães soropositivas”, justifica.

No caso de crianças até dois anos de idade, que foram acompanhadas desde o ventre das mães que faziam o acompanhamento, dificilmente, segundo a enfermeira, o bebê nasce soropositivo, porque com o tratamento que a mãe faz, a transmissão para o bebê tem chance mínima.

“Quando nascem, até um ano de idade, o SAE dá o leite, porque a mãe não deve amamentar a criança. Depois disso continuamos acompanhando até os dois anos. O cadastro nunca é excluído depois da alta. Todo esse tempo que trabalho aqui, desde 1999, só vi dois casos de bebês com resultado positivo, porque as mães não fizeram o tratamento adequadamente e interrompiam a medicação devido os efeitos colaterais”, revela Albenita.

O SAE conta em seus registros com 37 crianças de 0 a 11 anos de idade que são soropositivas. “Esses são casos de mães que não fizeram acompanhamento pré-natal, nenhum exame, e portanto algumas nem sabiam que eram soropositivo. Não fizeram o tratamento durante a gestação e amamentaram os bebês normalmente”, explica a diretora.

Albenita alerta que ultimamente os novos casos são de pessoas novas, com faixa etária entre 18 e 30 anos de idade, e 70% do total de cadastrados são do sexo masculino, sendo desses a maioria homossexuais. “O sexo anal, mesmo para quem faz o tratamento, ainda é o mais arriscado, devido a possibilidade de rompimento de vasos sanguíneos durante a relação, por isso, e em qualquer um dos casos, o uso do preservativo é o mais aconselhável sempre”.

Pelo Ministério da Saúde, o medicamento recebido gratuitamente pelo SAE, se utilizado corretamente em três meses de tratamento, a carga viral do paciente já é indetectável. “Se o casal resolve ter um filho e o tratamento é feito como deve ser, são quase zero as chances de transmissão para o bebê, mesmo assim, na relação sexual casual o ideal é a prevenção”, enfatiza a diretora do SAE.

Uma característica típica de pacientes que procuram o tratamento muito tempo depois do diagnóstico são os sintomas que começam a incomodar, como a diarréia, a febre, infecção intestinal e a perda de peso.
“O problema mais grave que temos é com a manutenção do tratamento. Os efeitos colaterais da medicação, o mal estar, a depressão, e às vezes o vômito, são o que mais causam a desistência, e esses acabam voltando depois ainda mais debilitados. Como somos uma equipe muito completa para o atendimento, temos a maior concentração de casos”.

O SAE conta profissionais para atendimento e consulta desde o infectologista, nutricionista, psicólogo, odontologista, e serviço social. Por enquanto, os pedidos de exames são encaminhados para o Lacem, mas em breve o serviço também contará com sala de coleta. No dia 20 de dezembro está prevista a inauguração da nova sede do SAE, localizada na Rua Duque de Caxias, 1960, Bairro São Cristóvão, entre as Ruas Getúlio Vargas e Salgado Filho, nas antigas instalação da Sema.

Os contatos do SAE são pelo telefone (69) 3901-2970, e o endereço de e-mail saepvhsemusa@hotmail.com.

Enfermeira Albenita Nogueira

SIGA-NOS NO

Veja Também

Aumenta mais de 27% o número de mortes por Aids em Rondônia

Governador Marcos Rocha está decidido não concorrer ao Senado em meio ao alerta de forte crise fiscal em sua gestão

Imagens exclusivas mostram avião onde estavam Maurício Carvalho e vereador pegando fogo em Extrema

Vídeo: Avião com Márcio Pacelle e Maurício Carvalho faz pouso forçado e pega fogo em Extrema