Porto Velho tem redução em novos casos de AIDS nos últimos anos
A poucas horas do Dia Mundial de Luta Contra AIDS, lembrado nesta quinta-feira, os números demonstram redução nos registros de novos casos em Porto Velho no últimos quatro anos. Segundo os dados do Serviço Ambulatorial Especializado (SAE) em HIV/AIDS, anexo à Unidade de Saúde Rafael Vaz e Silva, foram contabilizados 71 casos a menos desde 2013 até novembro deste ano.
Em 2013, foram recebidos pelo SAE 372 novos casos. Em 2014, o número caiu para 322. Já em 2015 e 2016, até este mês, chegaram até o SAE 301 novos casos. São 3.485 pacientes cadastrados no sistema de atendimento especializado. A enfermeira e diretora do serviço, Albenita Nogueira explica como funciona o atendimento.
“A maioria dos casos do interior é direcionada para a Policlínica Oswaldo Cruz. Nossos números tem maioria de pacientes da capital, mas também atendemos a pacientes de Guajará Mirim, algumas cidades do Amazonas, do Acre, pacientes em trânsito, e entre os cadastrados também estão as crianças filhas de mães soropositivas”, justifica.
No caso de crianças até dois anos de idade, que foram acompanhadas desde o ventre das mães que faziam o acompanhamento, dificilmente, segundo a enfermeira, o bebê nasce soropositivo, porque com o tratamento que a mãe faz, a transmissão para o bebê tem chance mínima.
“Quando nascem, até um ano de idade, o SAE dá o leite, porque a mãe não deve amamentar a criança. Depois disso continuamos acompanhando até os dois anos. O cadastro nunca é excluído depois da alta. Todo esse tempo que trabalho aqui, desde 1999, só vi dois casos de bebês com resultado positivo, porque as mães não fizeram o tratamento adequadamente e interrompiam a medicação devido os efeitos colaterais”, revela Albenita.
O SAE conta em seus registros com 37 crianças de 0 a 11 anos de idade que são soropositivas. “Esses são casos de mães que não fizeram acompanhamento pré-natal, nenhum exame, e portanto algumas nem sabiam que eram soropositivo. Não fizeram o tratamento durante a gestação e amamentaram os bebês normalmente”, explica a diretora.
Albenita alerta que ultimamente os novos casos são de pessoas novas, com faixa etária entre 18 e 30 anos de idade, e 70% do total de cadastrados são do sexo masculino, sendo desses a maioria homossexuais. “O sexo anal, mesmo para quem faz o tratamento, ainda é o mais arriscado, devido a possibilidade de rompimento de vasos sanguíneos durante a relação, por isso, e em qualquer um dos casos, o uso do preservativo é o mais aconselhável sempre”.
Pelo Ministério da Saúde, o medicamento recebido gratuitamente pelo SAE, se utilizado corretamente em três meses de tratamento, a carga viral do paciente já é indetectável. “Se o casal resolve ter um filho e o tratamento é feito como deve ser, são quase zero as chances de transmissão para o bebê, mesmo assim, na relação sexual casual o ideal é a prevenção”, enfatiza a diretora do SAE.
Uma característica típica de pacientes que procuram o tratamento muito tempo depois do diagnóstico são os sintomas que começam a incomodar, como a diarréia, a febre, infecção intestinal e a perda de peso.
“O problema mais grave que temos é com a manutenção do tratamento. Os efeitos colaterais da medicação, o mal estar, a depressão, e às vezes o vômito, são o que mais causam a desistência, e esses acabam voltando depois ainda mais debilitados. Como somos uma equipe muito completa para o atendimento, temos a maior concentração de casos”.
O SAE conta profissionais para atendimento e consulta desde o infectologista, nutricionista, psicólogo, odontologista, e serviço social. Por enquanto, os pedidos de exames são encaminhados para o Lacem, mas em breve o serviço também contará com sala de coleta. No dia 20 de dezembro está prevista a inauguração da nova sede do SAE, localizada na Rua Duque de Caxias, 1960, Bairro São Cristóvão, entre as Ruas Getúlio Vargas e Salgado Filho, nas antigas instalação da Sema.
Os contatos do SAE são pelo telefone (69) 3901-2970, e o endereço de e-mail saepvhsemusa@hotmail.com.
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