Prefeitura deve remover escavadeira histórica soterrada na Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
Uma máquina escavadeira a vapor inglesa, de 1908, parte do acervo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), está parcialmente soterrada próximo à praça na capital, em uma área com risco de desbarrancamento, atingida pelas últimas enchentes do Rio Madeira. Uma determinação judicial expedida há 15 dias exige que a prefeitura de Porto Velho faça a retirada do maquinário a vapor e realoque em local próprio para exposição e visitação.
Parte do barranco que fica por trás da área onde funcionava o bar e restaurante Café Madeira, área também atualmente interditada pela Defesa Civil Municipal, por risco de desmoronamento, está sendo “sustentado” pela máquina, que pesa cerca de 50 toneladas e tem a lateral toda encoberta pelo barranco.
Segundo o diretor da DCM, Marcelo Santos, o prazo judicial era de 15 dias, expirado nesta terça-feira (1), mas após limpeza no local, a equipe da DCM detectou o risco de mais comprometimento da área superior, com novo desbarrancamento, caso a escavadeira seja retirada sem que antes se faça um estudo das condições do solo e do que pode ser ainda mais comprometido com o movimento de retirada da máquina na base do barranco. O local onde termina os trilhos da Maria Fumaça e onde está estacionada a antiga máquina está interditado.
“A discussão sobre essa possível remoção da máquina já vem desde 2016, com planos de trabalho que previam contenção da área, mas nada foi feito. Nós não havíamos sido chamados para essas discussões, que ficaram mais em trâmite estadual, mas como o Artigo 23 da Constituição diz que é dever de todos os poderes, seja federal, estadual ou municipal, zelar pelo patrimônio, houve citação ainda 2016 para o município, que naquela gestão também não cumpriu mesmo com largo prazo para cumprir”, explica Santos.
Já a determinação atual deu prazo curto ao cumprimento e exige que o município realize a remoção. “Aquela máquina é a segunda das duas únicas que existem no mundo. O patrimônio deve ser zelado, mas precisamos de tempo. Há interesse do prefeito Hildon Chaves em colaborar para que isso aconteça, porém nós iremos fazer de forma responsável. Já apresentamos subsídio para a Procuradoria Geral do Município (PGM), com as informações de como retirar o equipamento. Vamos fazer um plano de trabalho de contingenciamento para a retirada da escavadeira”, declara o diretor da DCM.
Conforme explica Marcelo Santos, os aspectos de segurança do local serão observados, envolvendo geólogos que façam o estudo do solo em relação ao maquinário que precisarão utilizar para fazer a remoção. “Nós estamos considerando o alto grau de risco de desbarrancamento, e alertamos às pessoas que não ultrapassem as nossas faixas de interdição e respeitem às placas de risco. O solo no local está muito comprometido e não é seguro que a população invada a área”.
Área superior
Na área superior, onde funcionava o antigo Café Madeira e a área continua interditada, uma nova obra em andamento com boatos propagados em redes sociais de que será reinaugurada a antiga casa preocupa a DCM. “Não há liberação para isso. O local continua interditado e é proibida a retirada dos tapumes que isolam a área. Para reabrir qualquer tipo de estabelecimento no local, o proprietário precisa apresentar um projeto de contenção do barranco, e só após a inspeção da DCM verificando se o projeto foi executado dentro das normas de segurança para o caso, é que a área poderia ser liberada”, revela Santos.
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