Rondônia, 21 de março de 2025
Geral

Projeto do MPRO estimula mercado de trabalho a superar diferenças

Há seis meses, Yasmin, Nataniele e Vitória mudaram o rumo de suas vidas ao ingressarem no quadro de estagiários do Ministério Público do Estado de Rondônia. Com idades entre 18 e 21 anos, elas estão tendo sua primeira experiência de trabalho, assim como centenas de estudantes de Ensino Médio que são recrutados todos os anos para o quadro de estagiários administrativos da Instituição. A única diferença é que as três têm a chamada deficiência intelectual, ou seja, possuem limitações de aprendizagem, o que dificulta o exercício de algumas atividades e, por isso, muitas vezes são discriminadas no mercado de trabalho.


Receptividade

Yasmim Maciel Reis e Vitória Rosângela Gomes da Silva Souza, ambas com 18 anos, têm Síndrome de Down, e devido às dificuldades de inclusão de pessoas especiais nas escolas convencionais, ainda dão os primeiros passos para aprender a ler e escrever. Isso, porém, não tem sido uma barreira no dia a dia do trabalho no MP.

Receptividade

Yasmim Maciel Reis e Vitória Rosângela Gomes da Silva Souza, ambas com 18 anos, têm Síndrome de Down, e devido às dificuldades de inclusão de pessoas especiais nas escolas convencionais, ainda dão os primeiros passos para aprender a ler e escrever. Isso, porém, não tem sido uma barreira no dia a dia do trabalho no MP.
O papel de acompanhamento mais aproximado do dia a dia das meninas é feito por tutoras. Vitória, lotada na Procuradoria-Geral de Justiça, tem como tutora a servidora Jocineide Monteiro da Silva Leite (a Juci). Para Juci, o desempenho de Vitória superou todas as expectativas. “Ela é muito responsável, pontual e até cobra quando eu chego atrasada”, brinca. As limitações para a realização de algumas atividades são superadas pelo carinho e o companheirismo dos seus colegas de trabalho. A ligação entre Juci e Vitória é tão forte que Vitória sentiu bastante sua falta no período de férias de fim de ano e já “decidiu” que daqui pra frente Juci só sairá de férias junto com ela. Tão entrosada está com os demais colegas de trabalho, que eles já preparam uma festa com direito a convite e um grande bolo de aniversário para comemorar seus 18 anos.
Assim também é com Yasmin Maciel Reis, de 18 anos, lotada na Corregedoria-Geral, carinhosamente tratada por todos os servidores do setor e que tem como tutora a servidora Darleide Glória Araújo Silva de Carvalho. Bastante comunicativa e sorridente, Yasmim é a mais velha de quatro irmãos e está feliz por ter a primeira oportunidade de trabalhar. Como não teve oportunidade de estudar normalmente na escola, alguns servidores se prontificaram a ensinar-lhe a escrever algumas palavras. Yasmin diz que gosta de todos e está adorando ter a primeira oportunidade de trabalhar.
Nataniele Queiroz Ribeiro, aos 21 anos, está cursando a 6ª série e já desempenha diversas atribuições como fazer o protocolo de processos, tirar fotocópias de documentos, entre outros trabalhos, e já consegue fazer pesquisas na Internet. Hilda Alves da Silva, tutora de Nati, diz que ela é muito produtiva e vem aprendendo rápido o que lhe ensinam. Nati também confirma que já aprendeu muita coisa e que, com certeza, a experiência pode lhe abrir outras oportunidades de emprego futuramente.

Convênio

O convênio entre o Ministério Público do Estado de Rondônia e a Sociedade Pestalozzi para execução do projeto “MP Para Todos – Iguais na Diferença” foi firmado em junho de 2013, e assinado pelo Procurador-Geral de Justiça, Héverton Alves de Aguiar, e a presidente da entidade, Margarida Maria de Paula Rocha.
Com validade de 60 meses, o convênio prevê a inclusão de seis estudantes de ensino especial da Pestalozzi no quadro de estagiários do Ministério Público do Estado de Rondônia, fazendo jus a uma bolsa correspondente a R$ 300,00.
Os estagiários são recrutados após processo de seleção da Pestalozzi, entre os estudantes da entidade que apresentam condições de aprendizado e convívio em ambiente institucional, respeitando suas limitações e potenciais.
O Promotor de Justiça Éverson Antônio Pini acredita que a experiência vivenciada pelo Ministério Público pode ser adotada por outros entes governamentais. “Nós não estamos promovendo inclusão, ao contrário, nós é que estamos nos incluindo na vida dessas pessoas”, afirmou.

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