Residencial invadido por 500 pessoas é desocupado em Porto Velho
Mais de 200 famílias foram retiradas na manhã desta quinta-feira (28) do residencial Pró-Moradia Leste, em Porto Velho, invadido há dois meses. A reintegração de posse foi feita por oficiais de justiça com apoio da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. O conjunto habitacional, localizado na Rua Osvaldo Ribeiro, no Bairro Jardim Santana, ainda não está finalizado.
O pedido de reintegração foi feito pelo Município de Porto Velho, que alegou ao Judiciário que o local foi invadido há alguns meses por cerca de 500 pessoas, algumas delas ligadas a uma facção criminosa. O juiz Edenir Sebastião, da 1ª Vara da Fazenda Pública atendeu o pedido e assinalou que o residencial será destinado à moradia de pessoas anteriormente cadastradas pela Prefeitura.
Raimunda da Silva, de 58 anos, diz não ter para onde ir e nem condições de pagar aluguel. “Na casa onde eu estava moravam cinco pessoas e todos estão desabrigadas agora. Não sabemos o que fazer porque simplesmente tiram a gente de lá sem dar a assistência que merecemos”, diz a moradora.
“Nós estamos aqui porque não temos onde morar e quando chegamos aqui estava tudo cheio de mato abandonado pelas autoridades. Depois que a gente sair daqui outras pessoas vão invadir de novo porque não ninguém para cuidar do lugar. Eu vou ter que ir para casa de um familiar porque não vou ficar em quadra de escola, porque eu e minha família não merecemos isso”, afirma Luiz Carlos, de 48 anos.
A dona de casa Carla Nascimento estava no residencial com três filhos e diz que vai ter que voltar a morar de favor. “Esse lugar aqui estava abandonado e por isso que a gente invadiu. Eu não trabalho e não tenho como pagar aluguel, mas infelizmente vou ter que morar de favor até eu conseguir outro lugar para ficar com meus filhos”, diz.
O advogado das famílias disse que vai recorrer da decisão judicial e informou que vai comunicar ao juiz as condições em que se encontra a quadra esportiva onde que os moradores foram levados.
A Prefeitura informou que todos os moradores estão em situação irregular nas residências que não podem ser invadidas. As famílias estão sendo retiradas e levadas para uma quadra esportiva na Avenida Mamoré, Bairro Esperança da Comunidade ou casa de parentes.
Ainda de acordo com a Prefeitura, as famílias só podem ficar no local pelo prazo de 30 dias e durante esse tempo a prefeitura irá dar toda assistência necessária como água, alimentação e segurança.
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