Rio Madeira ultrapassa os 16 metros e Defesa Civil começa a retirar famílias da Zona Urbana de Porto Velho
O nível do Rio Madeira marcou 16,07 metros nesta terça-feira (20) em Porto Velho, e por conta disso a Defesa Civil municipal deve fazer a retirada de pelo menos oito famílias do Bairro São Sebastião II que estão em áreas de risco com as águas debaixo das residências. No Bairro Nacional, moradores também já solicitaram a ajuda do órgão para serem retirados de suas casas.
Normalmente, quando o nível do rio começa a subir, as residências das áreas do Beco Gravatal, Beco do Birro, Beco da Rede, São Sebastião II, Triângulo, Nacional Balsa e Vila Candelária que são os primeiros a serem retirados. Conforme o mapeamento da Defesa Civil, cerca de 50 famílias já foram cadastradas e serão retiradas nos próximos dias, se o nível do rio continuar subindo.
Um desses moradores é a dona de casa Lucimar Marcelino, de 45 anos. Ela vive há mais de 15 anos no Bairro Nacional e diz que há quatro dias a água está chegou a porta d sua casa. “Como eu não quero passar por todo aquele sufoco que passei em 2014, eu pedi ajuda da prefeitura para sair daqui o mais rápido possível. Eu já fui contemplada com um apartamento no Residencial Orgulho do Madeira e vou me mudar pra lá amanhã com a ajuda da Defesa Civil que vai fazer a minha mudança”, afirma a moradora.
Marcos Rebolças, de 43 anos, também está com a água prestes a invadir sua casa. Morador do Bairro Nacional há mais de 7 anos, ele diz não ter para onde ir e mas não quer ficar no local alagado. “Todos os dias eu acordo e venho olhar meu quintal, mas a água está subindo muito rápido e falta muito pouco para entrar na minha casa. Eu não consigo dormir direito com medo de acordar com a água nos pés e até pesadelo eu estou tendo esses dias por causa da preocupação da água invadir tudo. Como não tenho para onde ir, eu vou pedir ajuda da Defesa Civil para retirar a mim e minha família daqui antes que o pior aconteça”, pede o morador.
De acordo com o diretor da Defesa Civil, Marcelo Santos, as famílias que serão retiradas de suas casas já se encontram com a água no quintal e vários também já pediram ajuda. “Nós vamos fazer nosso trabalho de retirada dessas famílias nos próximos dias. Em muitos locais, a água já está no quintal das casas e para ter acesso ao chão firme os moradores estão fazendo pontes de madeiras. Quando o rio ultrapassa os 16 metros, nós começamos a colocar em prática nosso Plano de Contingência que é a assistência humanitária e a retirada desses moradores que estão em área de risco”, diz o diretor.
Ainda de acordo com Marcelo, a previsão é que o nível do Rio Madeira continue subindo nos próximos dias. “Segundo o boletim de que eu recebi da Defesa Civil Nacional é que as águas vão continuar subindo até chegar ao pico máximo de 17,20 metros, mas rapidamente vai baixar. Quando as águas alcançar a cota prevista, a Defesa Civil tem que estar preparada para uma ação total no médio e baixo madeira como na área urbana também”, informa.
As famílias que não tiverem local para ficar serão encaminhadas para a Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf) que dará todo apoio necessário, conforme preconiza o Plano de Contingência elaborado antecipadamente pela Defesa Civil Municipal.
Ramal Maravilha
O diretor da Defesa Civil afirma que uma moradora teve que ser retirada de sua residência. “Essa moradora teve que ser levada para uma igreja e nós disponibilizamos toda assistência para ela, levando água e cesta básica. Mesmo estando em um local seguro, nós continuamos prestando toda assistência a essa moradora porque esse é nosso trabalho”, afirma.
Marcelo diz que a dificuldade hoje é para ter acesso ao Ramal Maravilha II que os moradores estão tenho que fazer um acesso alternativo de 14 quilômetros para ter acesso às residências porque a água invadiu a estrada.
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