Seca no Madeira: Defesa Civil pede e prefeito analisa decretação de estado de emergência em Porto Velho
A Defesa Civil de Porto Velho enviou ao gabinete do prefeito Hidon Chaves, um pedido para decretação de estado de emergência na capital, em razão da baixa do nível do Rio Madeira ,que continua recuando. Dados do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) mostram que na quinta-feira (6), o rio chegou ao menor nível já registrado, com 1,15 metro. A medição foi feita às 9h45. Nesta sexta-feira o nível oscilava em 1,17 metro às 9h45.
Segundo a Defesa Civil, como o nível registrado pelo CPRM ficou abaixo de 1,22 metro, é a medição limite para decretação de emergência. Acontece que, com os números abaixo dessa cota, os impactos da seca podem ser ainda mais severos.
Ao RONDONIAGORA, a Prefeitura confirmou o recebimento do pedido e informou que já está avaliando a situação e um decreto de estado de emergência pode ser publicado a qualquer momento.
O que é o estado de emergência?
O decreto de emergência é uma medida adotada para situações extraordinárias, como no caso da seca extrema que atinge os rios da Amazônia. Com a publicação deste documento, os recursos para atender pessoas atingidas são liberados mais rapidamente.
Ainda de acordo com a Defesa Civil, os ribeirinhos que vivem às margens do Rio Madeira são os mais afetados com a forte estiagem, devido à seca dos poços amazônico e nascentes. Pelo menos 30 famílias já foram assistidas com água potável e hipoclorito.
O decreto de estado de emergência deverá garantir mais recursos para atender essas comunidades.
Impactos
Desde de agosto, uma portaria publicada pela Marinha do Brasil proibiu a navegação noturna no Rio Madeira. Com essa medida, os trabalhadores precisaram reduzir a quantidade de produtos transportados nos barcos para não sobrecarregarem as embarcações.
No Rio Madeira, locais onde só era possível visualizar água, agora outros cenários são os que chamam a atenção. Bancos de areia, pedras e pedaços de troncos encalhados são realidades encontradas por quem navega pelo trecho fluvial.
O diretor de Fiscalizações e Operações de Portos Organizados, Alfredo Jukio, explica que o baixo nível pode prejudicar a economia.
“Está mais do que claro que com o nível baixo do rio, a quantidade de carga que nós carregamos é menor, logo o período de navegação pelo leito da bacia fica maior”, explicou.
O diretor destacou ainda que até 1,10 metro ainda é possível navegar, abaixo disso, ficaria impossível.
As medições históricas já registradas no Rio Madeira, levaram a Hidrelétrica Santo Antônio a paralisar as operações.
“Esta medida atende aos limites operativos definidos na fase de projeto junto aos fabricantes, que estipulam parâmetros mínimos para operação segura das unidades geradoras. Atualmente, como o rio Madeira apresenta recorde de baixa vazão, o desligamento visa preservar a integridade dessas unidades”, disse a Santo Antônio Energia em nota.
A empresa garantiu ainda que essa decisão está alinhada com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Agência Nacional de Águas (ANA) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).
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