Serviço Geológico do Brasil não tem previsão de rápida descida do rio Madeira; vazante só em algumas semanas

Após enfrentar a pior seca desde 1967 no ano passado, o rio Madeira volta a passar por um processo de cheia.
A cheia é resultado direto das precipitações intensas que voltaram a atingir a região de forma mais concentrada desde janeiro, devolvendo ao rio um comportamento mais próximo dos padrões normais. O acumulado registrado em 2025, especialmente as anomalias de chuvas observadas na primeira quinzena de março, foi determinante para que o nível do Madeira ultrapassasse a cota de alerta em Porto Velho, fixada em 15 metros.
“Apesar da tendência de subida persistente, o ritmo deve desacelerar nos próximos dias. A previsão indica uma redução na intensidade das chuvas, que agora ocorrem de forma mais espaçada e intercalada. A expectativa é de que o rio comece a estabilizar e entre em processo de vazante ao longo das próximas semanas”, informa o pesquisador em geologia do Serviço Geológico do Brasil (SGB), Marcus Suassuna.
Diante do cenário, o SGB intensificou o monitoramento hidrológico na bacia do Madeira. Boletins de alerta passaram a ser emitidos três vezes por semana — às segundas, quartas e sextas-feiras — enquanto durar o estado de atenção. A medida busca manter a população e os órgãos públicos atualizados quanto aos riscos e impactos associados à cheia.
Impacto na 425
Entre os principais afetados está o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que enfrenta desafios logísticos em virtude da elevação do nível do rio. A BR-425, importante via de escoamento da produção regional e importante acesso ao interior do Estado, sofreu interrupções e exigiu a implementação de desvios em trechos de estradas estaduais.
A previsão do SGB é que o atual quadro se prolongue por mais alguns dias, sem perspectiva imediata de rápida descida do nível do rio. A emissão de boletins em ritmo intensificado será mantida até que o rio retorne a níveis abaixo da cota de alerta de 15 metros em Porto Velho. Após esse período, o monitoramento retornará à frequência habitual, com atualizações semanais como parte do acompanhamento contínuo do regime de cheias e vazantes do Rio Madeira.
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