Servidores do Idaron denunciam abandono nos postos da BR-319
Servidores da Agência de Defesa Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron) estão denunciando a situação de abandono dos postos de fiscalização nos quilômetros 42 e 130, da BR-319, rodovia que faz a ligação de Rondônia com o Amazonas. O descaso chega a tal ponto que recentemente, na noite do dia 18 para 19 de junho, o posto foi invadido por dois bandidos que tomaram a pistola .40 de um dos dois policiais que faziam a segurança e agrediram quase à morte um fiscal, com coronhadas na cabeça.
Desmaiado e todo ensanguentado, o técnico foi salvo por um dos policiais que implorou aos bandidos que não matassem o rapaz. O governo, segundo reclamam, não oferece condições mínimas de segurança e de conforto. A iluminação na área externa dos postos, por exemplo, não existe. Se os fiscais resolverem fazer alguma abordagem noturna, têm de faze-las no escuro, correndo todos os riscos daí decorrentes.
Ainda na parte externa, o matagal toma conta de todo o entorno. Segundo um dos denunciantes, ao invés de providenciar equipamentos para roçar o mato, a direção da Idaron chegou a sugerir que os fiscais mesmo fizessem a limpeza. Na interior dos postos, o descaso se repete. Paredes cheias de mofo e deterioradas, pintura que há muito deixaram de existir, canos de pias e chuveiros amarradas com adesivos para evitar gotejamento, banheiros praticamente sem condições de uso, instalações elétricas cheias de perigosas gambiarras, teto vedado com fitas adewsivas a fim de evitar a queda de fezes de morcegos, enfim, um quadro lamentável para um órgão que deveria receber a máxima atenção, pela importância que representa para um dos principais setores da economia rondoniense: a pecuária.
Os postos de fiscalização do Idaron abandonados pelo governo deveriam ser responsáveis pela fiscalização sanitária, principalmente para evitar o transporte de bovinos entre os dois estados, mas na situação em que se encontram não oferecem segurança para que isso efetivamente ocorra, principalmente no período noturno. Rondônia já alcançou o status de área livre de aftosa, enquanto que o Amazonas acaba de sair da área de risco desconhecido para área de médio risco.
O setor pecuário movimenta hoje pelo menos 50% da economia rondoniense. Após a obtenção da classificação de zona livre de febre aftosa com vacinação, todos os grandes frigoríficos do Brasil se instalaram em Rondônia, vez que daqui é possível exportar carne sem correr riscos. São eles que garantem emprego a milhares de mães e pais de família. Não se pode, portanto, descuidar de eventuais riscos que podem provocar enorme estrago na economia local caso o governo continue a prevaricar de suas responsabilidades com a segurança sanitária do rebanho bovino rondoniense, hoje com cerca de 12 milhões de cabeças.
Veja Também
Corpo é encontrado às margens de rodovia em Urupá
Grupo Rovema celebra parceria para membros do CRMV-RO com Clube de Benefícios
Nível do Madeira oscila até 16,77 metros neste domingo em Porto Velho; 10 mil pessoas são afetadas
Professora da rede estadual de educação de Rondônia tem artigo publicado em revista internacional
