Um ano depois de portaria do BC, monopólio persiste, inclusive em Porto Velho
No dia 14 de janeiro, o Banco Central soltava a circular nº 3.522/2011, proibindo contratos de exclusividade entre bancos e entes federativos para a oferta de crédito consignado a servidores públicos. Quase um ano depois, sete Estados, duas capitais e cerca de 40 cidades ainda mantêm aproximadamente 2,5 milhões de servidores atrelados. São eles: SP, BA, DF, ES, MA, MS e RN, além de Porto Velho (RO) e São Paulo (capital). Entre as cidades estão Campinas, São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André, Santos, Mauá, Diadema, Rio Claro, Araras, Uberaba, Cabo Frio e Vila Velha.
Outra vitória contra o monopólio ocorreu em Santa Catarina, onde a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) quebrou a exclusividade do BESC. A Febraban entrou com uma ação civil pública contra o Estado e obteve tutela antecipada autorizando outras instituições a operar no Estado. Foi a primeira manifestação da entidade dos grandes bancos contra o monopólio.
Anteriormente, em 24 de novembro, o juiz Airton Pinheiro, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Natal, havia concedido liminar autorizando o banco BMG a fazer empréstimos consignados aos 17 mil servidores públicos do município de Natal (RN). Com a decisão, o Banco do Brasil perdeu a exclusividade nas operações de crédito consignado na capital potiguar. Caso não cumpra a determinação, o BB sofrerá multa de R$ 10 mil para cada consignação denegada depois de dez dias contatos da publicação da presente decisão, de acordo com o voto do magistrado.
Outra vitória contra o monopólio ocorreu em Santa Catarina, onde a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) quebrou a exclusividade do BESC. A Febraban entrou com uma ação civil pública contra o Estado e obteve tutela antecipada autorizando outras instituições a operar no Estado. Foi a primeira manifestação da entidade dos grandes bancos contra o monopólio.
A liminar foi deferida pelo juiz Luiz Antonio Zanini Fornerolli, da Fazenda Pública de Florianópolis. De acordo com a manifestação do juiz, o decreto 691/2007 concedeu ao BESC benefícios que as demais instituições que atuam em Santa Catarina não possuem, criando verdadeira instituição monopolista.
A decisão mais importante, no entanto, foi tomada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 31 de agosto, ao manter uma série de medidas preventivas contra o Banco do Brasil. No dia 24 de novembro, o Tribunal Regional Federal da Primeira Região negou liminar protocolada pelo BB na tentativa de revogar a decisão do Cade. Caso não cumpra, a instituição financeira teria que pagar multa diária de R$ 1 milhão.
De acordo com o advogado da Fesempre - Federação Interestadual dos Servidores Públicos -, responsável pela ação junto ao órgão antitruste, Vicente Bagnoli, o BB entrou com novo recurso, na semana passada, junto à Procuradoria do Cade. Como não tem caráter suspensivo, a decisão que acaba com o monopólio em todo o Brasil continua valendo. A expectativa do advogado é que, até janeiro, o recurso seja julgado. Como o banco não apresentou novos argumentos, a tendência é que a determinação seja mantida, avalia o advogado. Caso isso ocorra, o banco terá que recolher o valor de forma retroativa, a partir do dia 9 de novembro.
Em alguns estados e municípios a decisão do mérito já foi tomada, determinando o fim do monopólio. É o caso da Bahia, onde o pleno do Tribunal de Justiça determinou, por 27 votos a um, a suspensão do decreto que instituiu a exclusividade. Os advogados esperam, agora, que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) mantenha esse posicionamento, caso seja chamado para julgar a ação.
Mercado de crédito consignado - O setor movimenta R$ 145 bilhões por ano. O BB detém 31,6% de participação. Em seguida aparecem BMG (18%), Caixa (14%), Bradesco (11%), Santander (10%), Itaú (7%), Cruzeiro do Sul (5%) e Bonsucesso (2%). O restante é rateado por bancos de pequeno e médio porte, que já tiveram maior participação no segmento.
Dados divulgados no dia 21 de dezembro pelo Banco Central mostram que o crédito consignado continua em expansão. Segundo a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito, o volume total de crédito consignado alcançou R$ 158,548 bilhões, o que representa um avanço de 16,9% frente a novembro de 2010 e de 1% frente ao mês anterior. Segundo o BC, os números mostram muitos que os correntistas têm preferido trocar outros tipos de empréstimos, mais caros, pelo crédito consignado.
Veja Também
Energisa restabelece energia em Vila Calderita
Operação feriado tem início na BR-364; obras terão restrições