Uso de celular no trânsito é um dos grandes vilões causadores de acidentes, diz Detran
Usar o celular enquanto dirige tem sido um dos comportamentos de motoristas que mais causam acidentes de trânsito no estado de Rondônia, segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RO). A Coordenadoria do Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (Renaest) do Detran disponibilizou no site da autarquia o mapa de georreferenciamento de acidentes Porto Velho.
Segundo o diretor técnico de Educação do Trânsito, Solano Ferreira, principalmente na capital, o uso de celular ao dirigir está entre os maiores vilões do trânsito. “Em uma comparação com a Lei Seca, provavelmente logo essa infração terá o valor da multa alterado. Não porque o nosso papel seja cobrar, mas porque as pessoas não dão a mesma atenção quando é mais fácil pagar, mas quando dói no bolso a situação muda de figura, por isso é preciso ser mais rígido para se fazer respeitar”.
A equipe da Renaest expôs as coordenadas geográficas em toda a cidade, informando o ponto certo de determinada localização, com mais de 1.200 acidentes, preocupando-se em destacar a data, horário, a via, bairro, qual o fator contribuinte do acidente, as consequências, que tipo de acidente, veículo, as condições do tempo e tráfego.
“A maioria dos acidentes envolvem motocicletas e nós observamos que é o transporte mais barato, mais rápido. A autoconfiança é um fator preponderante, além do número de pessoas não habilitadas que circulam. Temos projetos de educação onde visamos os futuros condutores. Na capital já temos três escolas que recebem as atividades do Anjos do Trânsito, com alunos de 16 a 17 anos, que logo estarão se formando, e há uma carga horária que, dependendo do desempenho desses alunos, eles poderão ter abatimentos na hora de participar do curso de formação para a primeira habilitação”, conta Solano.
Com as crianças, o diretor explica que o trabalho não é só a longo prazo, porque elas se tornam fiscalizadores dos próprios pais. “Além de estarmos educando futuros condutores conscientes, também chegamos nos pais através delas, que passam a observar e cobrar os pais quando estão dirigindo”.
No Pronto Socorro e Hospital João Paulo II, a média é de 25 pessoas que entram diariamente na unidade vítimas de acidentes com motocicletas. “Segundo a ONU, o trânsito no mundo mata mais que qualquer guerra. Aqui, desde 2012, estamos conseguindo reduzir os índices, alcançando quase 50% de redução, mas ainda temos números muito elevados. Não temos um transporte público que garanta qualidade e nem preços compensatório, e a oferta de motocicletas apela [ao dizer] que com o valor do vale transporte diário é possível pagar a parcela mensal do veículo. Então, enquanto vamos tentando baixar os índices de acidentes, o número da frota não para de crescer”, revela.
O georreferenciamento oferece aos gestores do Detran a melhor maneira para organização de blitze e campanhas de educação. “Temos agora uma campanha que deve começar a ser realizada nos bares da cidade, onde as equipes estarão passando, fazendo o teste do bafômetro nas pessoas e orientando sobre as consequências de sair dirigindo alcoolizado, informando que as blitze estarão sendo montadas e o risco de cair e pagar uma multa de mais de R$ 2.900. É uma forma de chamar a atenção dos condutores”, completa Solano.
Para a população ter acesso às informações dos pontos mais críticos da cidade, pode ser através do site www.detran.ro.gov.br, ou pelo ACESSE AQUI.
“É importante observar que a situação é generalizada, não tem mais essa de que o perigo está mais próximo do Centro ou de bares, está em lugares inclusive de menos fluxo”.
Como vai funcionar
“Quando formos fazer uma operação de prevenção de acidentes, saberemos qual o melhor horário e local para colocarmos os agentes. É importantíssimo para tomada de decisões estratégicas”, explicou Iremar Lima, Coordenador do Renaest, ressaltando que a ideia do projeto é municiar o máximo possível os gestores para que eles tomem decisões baseadas em dados exatos.
É literalmente uma fórmula que salva vidas. “Criamos uma rotina de trabalho, desenhamos um método e buscamos qualidade na informação para melhorar o trânsito da capital”, disse Lima.
Além dos benefícios para segurança viária, o georreferenciamento de dados também é relevante para a comunidade acadêmica. Os estagiários do Renaest, Lorran Freitas e Fabrício Pires, alunos de engenharia e geografia, que fazem parte da equipe de coleta de dados, destacam que através do mapeamento de calor dos pontos de acidentes críticos da cidade um universo de possibilidades pode ser estudado.
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