Vídeo: Alunos e professores aumentam protestos em Porto Velho contra a morte de Joselita Félix
Várias manifestações estão sendo realizadas em protesto contra a morte da professora Joselita Félix da Silva, assassinada pelo ex-marido, Ueliton Aparecido da Silva no último domingo. Nesta terça-feira (19), um grupo realizou passeata e se concentrou em frente a sede dos poderes Legislativo e Judiciário.
Alunos e professores da Escola Marcelo Cândia, onde Joselita era supervisora escolar, seguiram emocionados por várias ruas de Porto Velho e pararam em frente à sede dos poderes Legislativo e Judiciário exigindo ações firmes dos órgãos para evitar morte de mulheres. Denunciaram a precariedade da sede da Delegacia Mulher, afirmando que o local não conta nem com água mineral.
Os manifestantes programam novas manifestações nesta terça-feira, durante sessão na Assembleia Legislativa. Confira vídeo:
Na segunda-feira (18), dezenas de estudantes e membros do corpo docente da faculdade Fimca também protestaram contra o frio assassinato da professora da instituição. O ato foi realizado pelas vias que dão acesso a faculdade, na Capital. Em tom de revolta, os manifestantes gritavam “Nós somos a Joselita”, “Somos a voz da Joselita” e ainda “As mulheres não querem flores, querem Justiça”.
Representantes do Rotary Clube Rio Madeira também declararam apoio ao movimento.
Delegacia da Mulher
Ao Rondoniagora, a advogada Karoline Monteiro, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB de Rondônia, disse que o horário de atendimento da Delegacia da Mulher precisa ser 24 horas e esta será uma causa que a OAB vai abraçar, uma vez que a violência contra mulher não tem hora para acontecer e o atendimento é especial. “Se a vítima for para outra delegacia ela não vai ter o mesmo atendimento. Se a Joselita tivesse ido à delegacia especializada, quem sabe o desfecho não seria outro, mas infelizmente o fato aconteceu durante o fim de semana e a Delegacia da Mulher não estava funcionando”, destacou.
Questionado, o Governo do Estado de Rondônia informou que, “segundo a delegada de Polícia Civil, Fabrízia Alves, responsável pela Delegacia da Mulher, lá são atendidos somente feminicídios tentados. Os feminicídios consumados são investigados e processados pela delegacia de homicídios. A delegacia funciona de segunda a sexta de 7h30 a 19h30. Nos demais horários e fim de semana as vítimas podem procurar a delegacia mais próxima e caso seja flagrante, a Diflag realiza o procedimento. Para atender a demanda se faz necessário aumentar o número de efetivos policiais”.
O crime
A professora Joselita Félix da Silva, de 47 anos, foi morta a pauladas pelo ex-marido Ueliton Aparecido da Silva (35). Ele chegou a agredir a vítima na sexta-feira (15), foi preso, mas pagou fiança de R$ 4 mil e saiu pela porta da frente da Central de Flagrantes, poucas horas após agredi-la verbal e fisicamente.
Após as primeiras agressões, Joselita procurou abrigo na casa do pai, Francisco Félix da Silva, de 74 anos, mas o assassino seguiu até lá, matou a ex-esposa a pauladas e ainda espancou o idoso que tentou defender a filha. Francisco segue internado no Hospital João Paulo II.
A professora foi enterrada na segunda-feira (18) de manhã, no cemitério do Hospital Santa Marcelina, em Porto Velho, sob forte comoção de familiares, amigos e colegas de trabalho.
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