Rondônia, 23 de novembro de 2024
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Vídeo: MP VAI DECIDIR SE DENUNCIA PRIMEIRA-DAMA DE CANDEIAS À JUSTIÇA, APÓS POLÍCIA DESCOBRIR FARSA

A Polícia Civil de Rondônia confirmou na manhã desta quarta-feira que a primeira-dama de Candeias do Jamari, Djeimi Cheurie Muniz, não foi sequestrada no mês de janeiro, em um caso que mobilizou grande parte da estrutura da Segurança Pública do Estado. Como antecipou na terça-feira o RONDONIAGORA, a farsa acabou sendo desmontada e o inquérito agora será enviado ao Ministério Público (MP), que irá decidir se denuncia a mulher ao Poder Judiciário por falas comunicação de crime.

RELEMBRE:



Segundo a delegada o carro que a mulher disse ter sido colocada no porta-malas e levada para uma estrada de chão não foi encontrado; o dono da banca de utilidades próximo ao ponto de ônibus, que Cheurie afirmou ter cumprimentado antes de entrar no coletivo, não estava trabalhando no dia e negou ter visto a primeira dama; um mototaxista que estava no terminal afirmou não ter visto nenhum estranho no local como foi relatado por Cheurie, que teria sido novamente abordada pelo mesmo homem que a ordenou pegar o ônibus até a capital e que ele teria colocado em seu peito e ouvidos um ponto eletrônico; o local onde Cheurie disse ter sido abordada pela primeira vez é em cruzamento onde funciona o único semáforo da cidade, um lugar movimentado, e ninguém viu a ação do homem que teria ordenado que a mulher pegasse um coletivo até Porto Velho; no hotel em que a primeira dama ficou hospedada em Guayará-Merin ninguém confirma a versão de que havia uma segunda mulher no quarto com ela.

O falso sequestro foi comunicado à Polícia no dia 5 de janeiro pelo prefeito e marido, Francisco Sobreira de Soares, após contatos da esposa, que também é secretária de Saúde de Candeias do Jamari, avisando aos amigos e familiares que teria sido sequestrada. De acordo com a conclusão investigatória, Cheurie realmente fez o percurso até Guayará-Merin, Bolívia, mas as pessoas citadas no depoimento da primeira dama não existem.

Segundo a delegada o carro que a mulher disse ter sido colocada no porta-malas e levada para uma estrada de chão não foi encontrado; o dono da banca de utilidades próximo ao ponto de ônibus, que Cheurie afirmou ter cumprimentado antes de entrar no coletivo, não estava trabalhando no dia e negou ter visto a primeira dama; um mototaxista que estava no terminal afirmou não ter visto nenhum estranho no local como foi relatado por Cheurie, que teria sido novamente abordada pelo mesmo homem que a ordenou pegar o ônibus até a capital e que ele teria colocado em seu peito e ouvidos um ponto eletrônico; o local onde Cheurie disse ter sido abordada pela primeira vez é em cruzamento onde funciona o único semáforo da cidade, um lugar movimentado, e ninguém viu a ação do homem que teria ordenado que a mulher pegasse um coletivo até Porto Velho; no hotel em que a primeira dama ficou hospedada em Guayará-Merin ninguém confirma a versão de que havia uma segunda mulher no quarto com ela.

Nada do que foi relatado pela primeira dama em depoimento foi confirmado pela Polícia, a não ser o fato de que ela realmente se deslocou até Porto Velho de ônibus, foi até Jacy Paraná de táxi, e de carona até Guajará-Mirim, de onde atravessou o rio e chegou à Bolívia. Com declarações contraditórias e nenhuma comprovação do suposto sequestro, o caso vai ser encaminhado ao MP.

Veja a seguir o que disse a Polícia no inquérito:

Por volta das 13h30min, do dia 05/01/2016, o Prefeito do referido Município, Sr. Francisco Sobreira de Soares, narrou que sua companheira Djeimi Cheurie Muniz havia acabado de enviar uma mensagem via aplicativo whatsapp para sua secretária Adriana, sendo a última mensagem às 13h04min, no qual dizia ter sido colocada em um porta malas de um carro prata, cujo motorista estava com uma camisa dos Estados Unidos e um boné vermelho, bem como estava em uma estrada de chão e tinha ouvido algo sobre estar indo em direção ao distrito Joana D’arc.

            Imediatamente foi informada a guarnição de serviço da polícia militar de Candeias e através destes foi solicitado junto ao CIOP (Centro Integrado de Operações Policiais) apoio de guarnições de Porto Velho devido o baixo efetivo de policiais de Candeias. Ato contínuo, agentes de polícia se deslocaram pela linha Rio Preto sentido o distrito de Triunfo no intuito de realizar um cerco juntamente com a guarnição daquele local, que se deslocava no sentido inverso. Mesmo após várias diligências na linha foi constado pelas equipes que nenhuma movimentação suspeita ocorreu na região.

Simultaneamente uma equipe da Delegacia de Patrimônio se deslocou para região do Joana D’arc na tentativa de encontrar os “seqüestradores”. Enquanto isto várias equipes da Polícia Militar realizaram o cerco em torno da cidade de Porto Velho e Candeias do Jamari, também sem êxito.

            Com apoio da Polícia Militar foram coletadas imagens das câmeras existentes nos comércios próximos sem êxito de visualizar qualquer carro suspeito, conforme descrição da vítima na primeira mensagem.

            Depois dessas diligências, por volta das 16h00, policiais, familiares e amigos se concentraram na Delegacia de Candeias do Jamari, intuito de aguardar algum contato feito pelos supostos sequestradores.

            Neste momento, o suposto sequestrador rapidamente entrou em contato e passou a enviar mensagens via whatsapp a todo instante, com afirmações aleatórias, ameaças de morte, fazendo referência a mais um infrator, supostamente um chefe (“xefe”), porém sem determinar o objetivo do suposto sequestro.

Ainda no período vespertino, o “sequestrador” passou a exigir como resgate exclusivamente a renúncia do Prefeito e nenhuma quantia em dinheiro foi solicitada. As mensagens, oriundas do aparelho celular de Djeimi, continuaram chegando, tendo inclusive mensagens de áudio, onde constava somente a voz de Djeimi.

            Houve ainda duas ligações realizadas para o Sr. Francisco advindas do celular de Djeimi, quando era ouvida apenas a voz desta chorando dizendo estar sequestrada e querendo saber se o filho estava bem.

            Diversas equipes de policiais civis de delegacias da capital foram mobilizadas  e permaneceram de prontidão na Delegacia de Candeias.

            Por volta das 02h00min, do dia 06/01/2016 houve informação de que a suposta vítima havia aparecido em um hotel no município de Guajará-Mirim/RO, de onde uma equipe de policiais civis já estava se deslocando para Porto Velho para imediatamente coletar as informações trazidas pela suposta vítima e tomar as demais providências cabíveis.
 
Diligências complementares e confronto da versão da vítima e outras provas
 
            Com a localização da suposta vítima se desencadearam novas diligências. Ela foi oitivada imediatamente.

            Depois se reconstituiu o trajeto por ela realizado, confrontando-se com informações de testemunhas, com vídeos e áudios, além de dados eletrônicos, quando as contradições evidenciaram a não ocorrência de sequestro.

            Das diversas modalidades de provas reunidas, nenhuma delas revelou a existência do sequestrador e possíveis partícipes.

            Desde Candeias do Jamari até Guayaramerin a suposta vítima foi vista todas as vezes desacompanhada, com semblante tranquilo, podendo pedir socorro a qualquer momento caso estivesse em situação difícil. O suposto ponto eletrônico não foi localizado, através do qual ela receberia ordens do sequestrador. Não se tem conhecimento de equipamento dessa natureza com cobertura plena e ininterrupta pelas áreas que passou.

            Os contatos foram realizados exclusivamente pelo telefone da suposta vítima. O próprio conteúdo das mensagens foi contraditório com a versão apresentada pela suposta vítima.
            Além disso, o suposto local de cativeiro (hotel) seria algo insustentável devido a circulação de pessoas (tornando vulnerável a atividade criminosa), mas ao mesmo registrando as pessoas que por ali passaram (e em nenhum momento foram vistos os supostos sequestradores).

            O pedido de resgate (renúncia do prefeito de Candeias do Jamari), também algo incomum (visto que na maioria absoluta dos casos o objetivo é auferir vantagem financeira imediata), além do que deveria ser renúncia “perante a imprensa”, o que provocaria extrema publicidade, fato que desinteressa ao próprio suposto sequestrador.
            Por derradeiro, Djeimi foi “libertada”, sem que os supostos sequestradores obtivessem a vantagem indevida ou qualquer ação que os pressionassem a agir dessa forma, somente 12 horas de seu desaparecimento, quando ainda estava em local ignorado.

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