Rondônia, 22 de dezembro de 2025
Geral

Vídeo: Prefeitura de Porto Velho ignora crimes ambientais da Ecoparque e põe em risco saúde da população

Um vídeo enviado por moradores ao jornal, revela o que pode ser considerado um grave crime ambiental em curso em Porto Velho. A estrutura de contenção de chorume no aterro do Ecoparque — administrado pela empresa Amazon Fort — estourou, liberando líquido tóxico por toda a área do lixão. O episódio, além de alarmante, levanta sérias questões sobre a negligência das autoridades municipais, especialmente da atual gestão do prefeito Léo Moraes.

Apesar da gravidade da situação, nenhuma ação emergencial foi anunciada até o momento. A Prefeitura insiste em querer a Amazon Fort como a nova responsável pela coleta e destinação de resíduos sólidos da capital, mesmo com o histórico judicial controverso da empresa. A alegação do prefeito é que a cidade vive um “caos” na coleta de lixo, justificando a contratação emergencial — uma decisão que parece ignorar completamente os impactos ambientais e sanitários que já estão em curso.

De aterro a lixão: a regressão de Porto Velho

O que deveria ser um aterro sanitário segue, na prática, os moldes de um lixão a céu aberto. Acúmulo de resíduos fora da capacidade diária, descarte irregular de eletrodomésticos, metais e entulhos de construção civil, ausência de cobertura adequada e falhas nos sistemas de drenagem e impermeabilização revelam o total descumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010).

Além disso, há indícios de que o chorume — um líquido altamente tóxico proveniente da decomposição do lixo — esteja contaminando o solo e, possivelmente, os lençóis freáticos da região, agravando o risco para comunidades vizinhas.

Retrocesso ambiental sob conivência do poder público

Durante a gestão anterior, de Hildon Chaves, Porto Velho deu um passo importante ao fechar o lixão da Vila Princesa, consolidando um marco de responsabilidade ambiental e social. A atual gestão, no entanto, parece caminhar na contramão do progresso. Em apenas 100 dias de governo, o prefeito Léo Moraes não só endossa com recursos públicos uma empresa com passivos ambientais, como fecha os olhos para a realidade no Ecoparque.

Relatórios não oficiais, imagens de drones e denúncias de moradores indicam que o local opera sem o mínimo de controle técnico. Não há tratamento adequado de efluentes, os piezômetros — equipamentos essenciais para o monitoramento do solo e líquidos internos — não estariam sendo utilizados corretamente, e a recirculação de chorume internamente, sem tratamento adequado, pode estar agravando a poluição ambiental.

Órgãos de fiscalização nada fazem

Diante das denúncias, o silêncio dos órgãos ambientais e de controle também chama atenção.  A omissão do poder público, tanto na fiscalização quanto na cobrança de responsabilidades, fortalece o cenário de impunidade ambiental.

Porto Velho, que tanto avançou no controle de seus resíduos nos últimos anos, agora corre o risco de transformar-se novamente em um símbolo de negligência e colapso ambiental. A população, por sua vez, segue vulnerável aos efeitos de um modelo de gestão que ignora o básico: saúde pública, responsabilidade ecológica e respeito às leis.

SIGA-NOS NO

Veja Também

Governador Marcos Rocha está decidido não concorrer ao Senado em meio ao alerta de forte crise fiscal em sua gestão

Imagens exclusivas mostram avião onde estavam Maurício Carvalho e vereador pegando fogo em Extrema

Vídeo: Avião com Márcio Pacelle e Maurício Carvalho faz pouso forçado e pega fogo em Extrema

STJ mantém decisão do TJRO e garante execução de contrato de publicidade do Governo com a Pen6