Vídeo: Secretário da Saúde diz que gasto de R$ 2,6 milhões com álcool em gel é “fake news”, mas é desmentido por adjunto
Depois de passar o sábado ocupando-se em desqualificar a informação sobre aluguel de ambulâncias equipadas com UTI, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, chegou ao extremo neste domingo, durante entrevista a um site chamado Direita de Rondônia, ao acusar jornalistas e veículos de comunicação de difundir “fake news” ao lado do governador Marcos Rocha para prejudicar o seu trabalho no combate ao novo Coronavírus. “Tudo que saiu dizendo que o Governo alugou é fake news de jornalescos e sites mentirosos. Não alugamos ambulâncias. Foi feita uma cotação de preços e a Supel fez um chamamento público e espalhou para o Brasil inteiro para as empresas lançarem as propostas. Pegamos propostas e em nenhum momento foi contratada ambulância, é mentira, fake news… Cidadãos de Rondônia vocês são inteligentes, não se deixem levar por mentiras...”, disse o secretário.
Na realidade, uma denúncia aportou na Assembleia Legislativa de que a Sesau estava tentando contratar o aluguel por 24 horas/30 dias de ambulâncias com UTI ao preço de R$ 240 mil. O fato foi confirmado superintendente de Licitações, Márcio Rogério Gabriel, que explicou aos deputados estaduais na audiência da Comissão Temporária da Saúde que duas empresas apareceram, mas os preços eram exorbitantes, obrigando o processo ser cancelado. Nas redes sociais, Máximo tentou desqualificar a denúncia dizendo que era mentira que a Sesau tivesse contratado os serviços, mascarando a verdade sobre a suspensão do certame.
Adjunto falou tudo
No auge do ataque uma parte da imprensa, chamada de “mentirosa e fraudulenta”, Fernando Máximo acabou tropeçando nas palavras. Disse que também era outro “fake news” dos ditos “jornalecos” a compra de frascos de álcool em gel no valor de R$ 32,00 o frasco de 500 ml. “… Outra coisa governador estão falando da compra de álcool em gel de que o Governo teria pago R$ 32 o litro, é mentira de novo. Nós não compramos, só foi feita uma cotação de preços. Cotou-se o preço e vamos analisar se compra ou não. Vamos analisar a cotação. Cotou mais ninguém comprou”, afirmou o secretário.
Mas Máximo parece que não se comunica com seu adjunto, Nélio de Souza. Na quarta-feira, dia 15, Nélio junto com outros técnicos da Sesau prestaram esclarecimentos a comissão extraordinária que fiscaliza os gastos com a Saúde na vigência do Decreto de Calamidade Pública. Ao responder a perguntas do deputado Jean de Oliveira, Nélio admite a compra de dois lotes de álcool em gel. No primeiro lote foram adquiridos 78 mil frascos de álcool em gel 500 ml a R$ 1.248.000,00; o segundo custou R$ 1.356.000,00 para aquisição de 113 mil frascos de álcool em gel de 1 litro. O deputado Cirone estranhou a diferença de preço nas duas compras. Por cada frasco de 500 ml, o Governo pagou R$ 16,00 e por cada frasco de 1 litro o Estado desembolsou outros 12. Nélio frisou que a compra estava feita e que o produto estava na fase de entrega. Questionado sobre valores, o adjunto justificou dizendo que “o material está escasso no mercado e você tem de comprar de quem tem hoje”.
Na audiência em que o adjunto confirmou a compra, o secretário Fernando Máximo estava presente a nada falou.
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