Aneel: Mudança em local de Jirau atende exigências técnicas
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) concluiu que a mudança no local da construção da usina de Jirau atende as exigências técnicas da concessão. Apesar de não ter terminado a análise do projeto básico da usina, a agência enviou ao Ibama documento em que afirma que não vê problemas no início da construção do canteiro de obras, que inclui ações preparativas para a construção da obra em si.
"A Aneel deve em breve tomar uma posição conclusiva. É uma questão apenas de confirmação, o ofício já demonstra a linha de ação da agência", afirmou Bähr.
Para o presidente da Suez no Brasil, Maurício Bähr, o posicionamento da Aneel demonstra a linha que a agência deverá seguir para o projeto. A decisão final da Aneel só deverá sair após a concessão da licença de instalação pelo Ibama.
"A Aneel deve em breve tomar uma posição conclusiva. É uma questão apenas de confirmação, o ofício já demonstra a linha de ação da agência", afirmou Bähr.
No documento, Kelman ressalta que há necessidade que as obras preparatórias tenham início logo para aproveitar a chamada janela hidrológica do período seco que, segundo ele, se encerra no final do mês. Somente com o início das obras ainda neste ano seria possível antecipar o cronograma de geração da usina de 2013 para o início de 2012.
"Essa hipótese atende o interesse público, tanto do ponto de vista da modicidade tarifária e segurança energética, quanto da perspectiva de redução de significativas emissões de gases associados ao efeito estufa", diz Kelman, no documento.
Para o presidente do consórcio, Victor Paranhos, o período das chuvas já começou e as obras têm que ser iniciadas o mais rápido possível.
"A janela hidrológica já fechou, agora é risco. A partir de outubro começa a subir muito o nível do rio. Novembro fica praticamente impossível, aí só em março do ano que vem [para as obras começarem]", afirmou.
O grupo Energia Sustentável do Brasil, vencedor da usina de Jirau --encabeçado pela empresa Suez-- propôs mudar o local da construção da usina em nove quilômetros, alegando que isso traria redução de custos e menor impacto ambiental.
O consórcio também pediu ao Ibama a concessão de uma licença apenas para o canteiro de obras, para que as obras preparatórias possam ser feitas antes do início das chuvas. O órgão ambiental, então, daria duas licenças, uma para as obras não permanentes e outra para as definitivas.
A expectativa do grupo é que a primeira licença seja concedida pelo Ibama logo depois da audiência pública que será realizada em Porto Velho (RO), na próxima quarta-feira. Se a entrada em operação da usina não for antecipada, terão que ser gerados 628 MW médios de energia em substituição, o que, segundo Kelman, seria essencialmente de termelétricas a óleo diesel --mais caras e mais poluentes.
"Isso significa, em termos de valor esperado, a queima de 200 mil toneladas de óleo em 2012", afirmou.
Crise
Para Victor Paranhos, a crise financeira não afetará o projeto de Jirau. Segundo ele, 70% da obra (o máximo permitido) será financiado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico) e o projeto já foi enquadrado pelo banco. O restante da obra será financiado com recursos próprios das empresas participantes do consórcio.
Obra
Na etapa de construção do canteiro de obras, são construídas as ensecadeiras, barreiras de terra e cascalho que desviam o leito do rio do local onde a usina será construída. Essas ensecadeiras só podem ser construídas no período de seca, quando o nível do rio está baixo. Essas estruturais são temporárias e são retiradas após a construção da barragem, quando o rio então volta ao seu curso normal.
Segundo Paranhos, o grupo já investiu R$ 14 milhões na compra de equipamentos e tem mais de 150 pessoas contratadas para dar início às obras.
A expectativa do grupo é começar as obras preliminares "o mais rápido possível" e da usina em definitivo já em janeiro do ano que vem.
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