Com a retomada da circulação de veículos, seguro de carros usados sobe até 20%
A construção do preço de um produto ou serviço não é nada simples e, para a sua formação, é preciso levar em conta muitos fatores, como o custo de produção, salários, lucro, etc. No caso do mercado dos seguros, a questão fica um pouco mais complexa pois, além do todos os anteriores, é necessário considerar aspectos como possibilidade de ocorrência de sinistros, características que aumentam ou diminuem o risco, e a variação do valor de outros produtos (carros 0km, pecas de reposicao, etc.), entre outros.
Contar com um seguro para o carro é fundamental para ficar protegido de riscos e acidentes e evitar maiores despesas depois mas, na verdade, os últimos meses têm sido desmotivantes na hora da contratação por causa dos preços. É claro que com a inflação atual do Brasil, que em 2021 registrou um acumulado de 10,6% segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), era de se esperar incrementos, só que eles foram bem superiores do que a subida geral dos preços.
Em alguns casos, as taxas das novas apólices registraram incrementos de até 20% dependendo do tipo de cobertura e modelo do carro a ser segurado. É claro que estas mudanças têm gerado desconforto nos consumidores, especialmente após as diversas quedas nos preços causadas pela chegada da pandemia do Covid-19.
Quando analisados os motivos dos incrementos, um dos aspectos mais relevantes é a retomada da circulação de veículos nas ruas e estradas após meses de limitações como prevenção dos contágios.
Mas, o que isso tem a ver com o valor do seguro? Muito. Por uma parte, com as pessoas ficando em casa, e ainda trabalhando e estudando nela, foram muitos os que consideraram que contar com um seguro para o carro não valia a pena, e deixar de pagar ele era mais um mecanismo para salvar dinheiro numa época em que o orçamento familiar começou a ficar mais apertado. Já na hora de “voltar à normalidade”, o crescimento na procura deste serviço naturalmente aquece o seu preço, pela conhecida lei da oferta e demanda. Pela outra, o incremento na circulação de carros aumenta a possibilidade de um sinistro acontecer, principalmente nas grandes cidades. Por exemplo, apenas no estado de Rondonia, 184.726 acidentes de trânsito foram registrados em 2021, o que equivale a 506 acidentes por dia e um crescimento de 7,9% em relação ao ano anterior. Para as seguradoras, essas estatísticas significam um aumento nas possibilidades de ocorrência de algum tipo de sinistro por parte dos seus segurados, e de ter que indenizar eles. O aumento no risco, no mercado de seguros, é traduzido em incremento no preço da apólice.
É claro que a retomada da circulação não é o único fator neste cenário. O cálculo das seguradoras também está fortemente ligado à cotação dos carros no mercado. Assim, sendo que os modelos usados registraram um incremento de 34% no valor deles, era só questão de tempo para que as companhias repassassem a variação para os seus segurados.
De acordo com os representantes do setor, os próximos meses serão de maior tranquilidade nos valores para evitar uma onda de afastamento dos consumidores.
Veja Também
Cartilha dá dicas para não cair em golpes na Black Friday
Rondônia apresenta a menor taxa de desemprego do país
Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”
PF indicia Bolsonaro e mais 36 pessoas por tentativa de golpe após vitória de Lula