Ex-governador do Paraná é preso em desdobramento da Lava jato
Policiais federais prenderam, nesta sexta-feira (25), o ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) por suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa na concessão de rodovias estaduais.
Autorizado pelo juiz federal substituto Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, o mandado de prisão preventiva foi cumprido por volta das 7 horas de hoje. Esta é a segunda vez que Richa é preso no espaço de quatro meses.
No pedido de prisão do ex-governador, o Ministério Público Federal (MPF) afirma que o ex-diretor do Departamento de Estradas e Rodagens do Paraná (DER/PR) revelou, em depoimento, que Richa se beneficiou de “irregularidades nos contratos de concessão rodoviária no Paraná”. De acordo com o MPF, a investigação revelou que André Richa, filho do ex-governador, foi beneficiado com pelo menos R$ 2,5 milhões com recursos recebidos em dinheiro vivo, que foram usados para a aquisição de, pelo menos, três imóveis” registrados em nome de uma empresa pertencente à mulher do ex-governador, Fernanda Richa.
O juiz Paulo Sérgio Ribeiro também autorizou a prisão preventiva de Dirceu Pupo Ferreira, contador da empresa da ex-primeira dama Fernanda Richa. No pedido de prisão preventiva, Ferreira é apontado como “homem de confiança da família e administrador das empresas Ocaporã e BFMAR, ambas da família Richa e alvos da Operação Integração – uma fase da Operação Lava Jato deflagrda em fevereiro de 2018 para apurar suspeitas de irregularidades nos contratos de concessões de rodovias. Segundo o juiz federal, o “complexo esquema de corrupção e lavagem de dinheiro” investigado perdurou entre 1999 e 2018.
Entre as supostas irregularidades que o MPF afirma já ter identificado, estão doações suspeitas feitas por construtoras investigadas ao diretório estadual do PSDB/PR e para Beto Richa. Segundo o MPF, logo após assumir o governo, em 2011, Richa “imediatamente mandou suspender todas 140 ações judiciais ajuizadas pela Procuradoria Geral do Estado (PGE/PR) contra as concessionárias, com o argumento de que era necessário um clima amistoso para negociar acordos e proceder uma revisão amigável” dos contratos de concessão do Estado do Paraná”.
Além disso, no pedido de prisão preventiva de Richa, o MPF destacou estar caracterizado que Dirceu Pupo Ferreira tentou obstruir as investigações, tentando convencer uma testemunha a mudar seu depoimento, “alterando a verdade sobre fatos da investigação acerca do patrimônio da família Richa”.
Além de autorizar a prisão de Richa e Ferreira, o juiz também determinou a apreensão dos celulares dos dois. A reportagem não obteve informações se o mandado de prisão preventiva de Ferreira já foi cumprido e não conseguiu contato com a defesa de Richa e do contador.
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