Governo Federal negocia reduzir ritmo de obras em Jirau
Na tentativa de amenizar o clima de tensão nas áreas de construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, governo, empresários e sindicalistas negociam a redução do ritmo das obras e a possibilidade de demissão de trabalhadores. Com isso, deve ser fechado um terceiro cronograma para a entrega dos empreendimentos.
"Muitas das obras, em Jirau e Santo Antonio, vão diminuir o ritmo até por solicitação dos sindicatos e do próprio governo. É um contingente muito exagerado de trabalhador que fica sem controle. Eles [empresários] querem antecipar, mas queremos que seja cumprido o cronograma estabelecido", disse.
O ministro Carlos Lupi (Trabalho) disse que o novo cronograma deve ser elaborado por empresários e sindicalistas.
"Muitas das obras, em Jirau e Santo Antonio, vão diminuir o ritmo até por solicitação dos sindicatos e do próprio governo. É um contingente muito exagerado de trabalhador que fica sem controle. Eles [empresários] querem antecipar, mas queremos que seja cumprido o cronograma estabelecido", disse.
Lupi disse que ainda não é possível avaliar o número de demissões e que uma radiografia exata das obras está sendo levantada. São 16 mil trabalhadores em Santo Antonio e cerca de 20 mil em Jirau.
"Esperamos que todas essas possíveis demissões sejam feitas através de possíveis acordo com sindicatos para a gente ter controle desse processo", disse.
Empresário e sindicalistas foram recebidos hoje no Palácio do Planalto. Além de Lupi, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) também participou do encontro.
MARCO REGULATÓRIO DO PAC
Segundo o ministro do Trabalho, o governo também deve anunciar em dois meses um marco regulatório para as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que envolveria ainda, por exemplo, Pecém (CE) e Suape (PE), que também enfrentaram paralisações por melhores condições de trabalho.
"Essas obras são atípicas. São pequenas cidades montadas em pequenas cidades. O governo tem sua responsabilidade. A legislação atual é especifica para garantias mínimas de trabalho. São grandes obras que envolvem centenas de trabalho por isso precisam de uma atenção detalhada", disse.
Lupi reconheceu que há desrespeito aos direitos trabalhistas e que, em alguns casos, há violação dos direitos humanos. O ministro, no entanto, minimizou a situação e afirmou que o controle das obras será ampliado com a criação de uma comissão, com representantes de todos os setores, responsável por uma avaliação semanal dos canteiros.
Segundo o representante da Confederação Nacional dos Sindicatos da Construção e Madeira da CUT, Luiz Carlos de José Queiroz, existe uma preocupação com demissões em massa.
"Esperamos um ritmo mais adequado e com boas condições de trabalho para todos. [...] Mas há preocupação com demissão em grande escala. A região está explosiva", disse.
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