Moro anuncia demissão e faz graves acusações contra Bolsonaro
A exoneração do diretor-geral da Polícia Federal (PF) Maurício Valeixo, levou o ex-juiz Sérgio Moro a pedir demissão do cargo de ministro da Justiça. Foi o próprio Moro que anunciou sua saída do Governo Bolsonaro em entrevista coletiva à imprensa.
Visivelmente abatido, Moro disse que deixou a magistratura por entender que seria garantidor da Lei e imporia um grande combate a corrupção na gestão Bolsonaro. O ex-ministro afirmou que recebeu carta branca para fazer nomeações na pasta. “Moro: "O presidente concordou com todas as condições. Falou que me daria carta branca. Aceitei com o intento de fazer com que as coisas evoluíssem. Na época, minha avaliação é que o aceite tinha sido bem aceito pela sociedade”.
Segundo Moro, desde o ano passado Bolsonaro passou a insistir em trocar o diretor da PF. “Disse que não tinha problema nenhum, mas preciso de uma causa. No entanto o que vi, era um trabalho bem feito. Não é uma questão do nome. Tem outros bons nomes para assumir o cargo de diretor geral da PF. O grande problema da troca é uma violação de promessa que foi feita a mim, de carta branca. Não teria causa e seria uma interferência política na PF."
O ex-ministro afirmou ainda que Bolsonaro queria controlar a PF. "O presidente disse que queria alguém do contato pessoal dele, para ligar, colher informações, colher relatórios de inteligência. Não é o papel da PF prestar esse tipo de investigação. Imagine se na Lava Jato ministros e presidentes ficassem ligando para o superintendente em Curitiba para colher informações. A autonomia é um valor fundamental dentro do Estado de Direito. O presidente me disse isso expressamente. Mas é algo que realmente eu não entendi como apropriado”.
Outra grave acusação do ex-ministro: "O presidente também me informou que tinha preocupação com inquéritos em curso no STF e que a troca também seria oportuna por este motivo. Também não é razão que justifique a troca. Gera uma grande preocupação".
Moro garantiu que, diferente do que o Palácio do Planalto alegou, o diretor não pediu demissão e que Bolsonaro o queria fora do Governo.
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