O aumento dos preços dos carros novos é preocupante para os brasileiros
No último tempo, brasileiro vem se acostumando com o incremento permanente nos preços da maioria dos produtos e serviços. Após de tudo, a inflação acumulada nos últimos 12 meses já tem ultrapassado os 10 pontos percentuais, e o Índice Nacional de Preços ao consumidor Amplo 15 (IPCA-15) -uma prévia dos dados oficiais de inflação do país- ficou em 0,95% em março, o valor mais alto para esse período em 7 anos.
Ainda assim, existem setores nos quais os incrementos nos preços são bem superiores e surpreendem a todo mundo, principalmente aos potenciais compradores. Esse é o caso do setor dos automotores. Só dar uma olhada na evolução das tabelas de preço dos carros 0km desde 2020 é assustador. Para ter uma ideia, um SUV compacto que nos começos daquele ano custava perto de R$70 mil, agora parte dos R$100 mil. As variações atingiram todos os modelos, desde as versões mais básicas e com motores aspirados, até àqueles com equipamentos modernos e com turbo. Nesses últimos, os patamares são impensáveis se comparados com os publicados no início da pandemia.
Segundo um levantamento feito pela KBB (Kelley Blue Book Brasil), consultoria especializada em precificação de veículos, a média dos reajustes feitos pelas montadoras desde o começo da pandemia foi de 25,4% até 35%.
É só visitar as principais lojas ou seus sites, para perceber a rapidez com que os últimos lançamentos mais relevantes encareceram. No caso do Fiat Pulse, por exemplo, que estreou em outubro do ano passado com um valor de R$79.990, atualmente apenas pode ser achado a partir de R$87.990, quer dizer, com um incremento de R$8.000 em 5 meses. Passando para a sua versão topo de linha, Impetus 1.0 turbo, ele era comercializado em R$115.990 e agora atingiu os R$123.490.
O destaque no estudo feito pela KBB foi para o Hyundai Creta, sendo o modelo com o maior incremento de preço registrado. Mas ainda existem outros modelos com aumentos preocupantes. O valor da popular Fiat Toro sofreu uma variação de até R$23.400 desde o seu lançamento, assim como a Fiat Strada.
Qual é o motivo dessa variação?
A chamada “crise dos semicondutores”, uma falta de stock de chips responsáveis pela maioria dos circuitos elétricos dos carros, tem muito a ver. De acordo com o economista da Fundação Getúlio Vargas, Antônio Jorge Martins, as montadoras têm o objetivo de dar lucro e caixa. Portanto, se a falta de chips reduz a produção, as marcas começaram a priorizar os carros mais tecnológicos, deixando o mercado com poucas opções de veículos populares.
É claro que, para o interessado em adquirir um carro, isso é um problema importante. Pois os valores do veículo também se refletem nos seus custos de manutenção. Assim, por exemplo, quando o preço de um modelo sobe, acontece a mesma coisa com o seguro de carro. Ou seja, ainda contando com o dinheiro necessário para comprar o veículo desejado, o comprador precisa analisar se possui mesmo o orçamento preciso para custear o dia a dia dele.
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