Rondônia, 24 de novembro de 2024
Nacional

Ouça: Gravações confirmam que Temer mandou proteger Cunha

O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou na noite desta quinta-feira (18) o áudio da conversa entre o presidente Michel Temer e Joesley Batista, dono da JBS.

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A gravação de quase 40 minutos foi divulgada pelo ministro Edson Fachin, após o peemedebista ter pedido para ter acesso a seu conteúdo. No minuto nove, Joesley menciona o nome do deputado cassado Eduardo Cunha, preso desde o fim do ano passado, e diz que, “dentro do possível”, fez “o máximo que deu ali”.

“Zerei tudo o que tinha de alguma pendência, zerou tudo, liquidou tudo. E ele foi firme em cima, ele já tava lá, veio, cobrou, tal, tal e tal. Pronto, acelerei o passo e tirei da frente”, afirma o dono da JBS, reclamando que não pode mais se encontrar com o ex-ministro Geddel Vieira Lima, também investigado pela Justiça.

Em seguida, Joesley afirma que está “se defendendo”. “O que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora? Tô de bem com o Eduardo…”, acrescenta, antes de ser interrompido por Temer.

“Tem que manter isso, viu?”, fala o presidente da República.

“Todo mês, eu tô segurando as pontas, tô indo”, responde o empresário.

Em seu pronunciamento na tarde desta quinta, Temer havia dito que Joesley lhe relatará que estava auxiliando “a família do ex-parlamentar”.

Procurador

Na manhã desta quinta, a PF (Polícia Federal) prendeu o procurador Ângelo Goulart Vilella, que atuava nos casos envolvendo o grupo J&F por repassar informações sigilosas ao grupo empresarial.

No áudio divulgado, Joesley fala sobre o procurador ao detalhar sua estratégia de defesa em relação às investigações das operações Sepsis e Greenfield. "Consegui um procurador dentro da força-tarefa que está me dando informação e que eu estou pra dar conta de trocar o procurador que está atrás de mim", disse Joesley ao presidente. Temer responde, mas o áudio não permite identificar o que ele disse ao empresário. "Eu consegui colar um no grupo e agora estou tentando trocar [o procurador titular] (...) então eu estou me defendendo", repetiu Joesley ao presidente, que responde assentindo. "É", disse Temer.

Joesley também detalha a Temer os detalhes sobre o quanto estaria pagando ao procurador infiltrado. "Tô fazendo R$ 50 mil por mês, me dá informação, pelo menos me dá informação. [Inaudível]"

Joesley conta a Temer que evitou uma investigação contra a JBS na Lava Jato ao pagar propina ao procurador infiltrado.

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