Prefeito do Rio de Janeiro é preso pela Polícia Civil
A três dias do Natal e a nove do fim de seu mandato, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Bezerra Crivella (Republicanos), foi preso na manhã desta terça-feira. Ele era investigado em um inquérito que ficou conhecido como o QG da Propina — um esquema de corrupção que acontecia dentro da prefeitura. O presidente da Câmara, Jorge Felippe, assume prefeitura do Rio interinamente. Além de Crivella foram presos Rafael Alves, homem de confiança do prefeito e apontado como operador do esquema, o delegado aposentado Fernando Moraes; o ex-tesoureiro Mauro Macedo; e os empresários Cristiano Stokler e Adenor Gonçalves. A decisão é da desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita.
— Isso é uma perseguição política. Lutei contra todas as empreiteiras, tirei recursos do pedágio, do carnaval, e isso é perseguição. Quero que se faça justiça — disse Crivella logo após a prisão.
O ex-senador Eduardo Benedito Lopes também é alvo ação, que é comandada pela Coordenadoria de Investigação de Agentes com Foro (CIAF) e pelo Ministério Público estadual, mas não foi encontrado em casa. A polícia teve a informação de que ele está no Pará. Já é considerado foragido.
Crivella preso
Cinco agentes do Ministério Público e da Polícia Civil chegaram pouco antes das 6h em quatro carros à casa de Crivella, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Ele ainda estava dormindo quando os policiais tocaram a campainha de seu apartamento, que fica no segundo andar de um prédio de luxo. Ainda de pijamas e sem entender o que estava acontecendo, recebeu os agentes e os levou até a sala.
Após ser informado do mandado que seria cumprido contra ele, Crivella teria passado a questionar os agentes e o promotor do Gaeco. Segundo uma fonte que participou da prisão, Crivella pediu para ter acesso aos documentos e foi informado que seus advogados poderiam vê-los na delegacia.
Após alguns minutos, Crivella pediu para colocar uma roupa — um terno azul — e não pôde tomar café da manhã. Em seguida, foi levado para a Delegacia Fazendária, na Cidade da Polícia, na Zona Norte. Durante o percurso, de pouco mais de 20 minutos, o prefeito ficou quase todo o tempo calado, exceto uma única vez que reclamou da prisão. No carro, Crivella ficou entre um agente e um promotor.
A primeira-dama Jane Crivella teve uma crise de choro quando soube que o marido seria preso. Ela chamou um dos seguranças da Prefeitura do Rio para que fosse até o apartamento. Pouco depois das 6h10, ele chegou ao local e disse que estava ali “para dar um suporte para a dona Jane”.
Alberto Sampaio, advogado de Crivella, afirmou que a prisão “é uma injustiça” e que ainda nesta terça-feira vai ingressar com um habeas corpus na Justiça:
— É uma injustiça certamente. Foi uma surpresa, certamente. Com certeza (ele não esperava ser preso). Vou pedir ainda hoje um habeas corpus.
Prisão de Rafael Alves
Já quando os policiais chegaram à casa de Rafael Alves, ele estava dormindo. Segundo fontes do MP, a empresária Shana Arouche teria brigado com os investigadores, e Rafael Alves pensou que fosse mais uma operação de busca e apreensão, ficando visivelmente abalado quando soube que seria preso.
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