Advogado preso acusado de tráfico já está solto e faz denúncias

O advogado Clemildo Espiridião de Jesus já foi solto pela Justiça Federal e já está atendendo sua clientela, em seu escritório à Rua Brasília, 622, no bairro Tucumanzal, mesmo local onde dois policiais federais o prenderam na quinta-feira da semana passada, dia 24-07, acusando-o de tráfico de drogas, tentativa de homicídio e resistência qualificada. As acusações estão sendo apuradas pela Justiça Federal, já que o advogado alega que o flagrante foi forjado e que ele teria sido, na verdade, vítima de uma tentativa de extorsão.

Instalado há 47 anos no mesmo local, onde também mora sua mãe e outros parentes, Clemildo diz achar atípica a conduta dos dois policiais e dá sua versão para a prisão: “havia recebido um telefonema de uma cliente de Guajará-Mirim solicitando atendimento a uma senhora de nacionalidade boliviana que estaria presa na Central de Polícia, por crime de descaminho. Também estava aguardando o pagamento de um honorário no valor de R$ 30 mil e o acerto para o pagamento fora feito por telefone. Na quinta-feira, dia 24, quando nos preparávamos para iniciar o trabalho no período da tarde no nosso escritório, fomos surpreendidos por dois elementos de arma em punho e um pacote na mão, gritando ‘perdeu, perdeu, vagabundo’. Como achei que fosse um assalto, acabei reagindo e entrei em luta corporal com os elementos”, disse o advogado.

Um pouco abalado ainda com a prisão, Clemildo nega que seja traficante e que tenha tentado matar os policiais, se assim quisesse o teria feito. Ele admite que advoga para traficantes e para outras pessoas que se envolvem em delitos penais, mas não pode e não deve ser confundido com os seus clientes. “Moro neste mesmo endereço desde 1966, quando ainda era menino e todos do bairro sempre me viram trabalhando para ajudar minha família. Fui engraxate, vendedor de picolé, lavador de carro, vendedor ambulante até entrar para a Polícia Civil, onde atuei como escrivão até o ano de 2001, quando, depois de muito esforço para me formar em Direito, conquistei a credencial da OAB e iniciei na advocacia. Nunca me envolvi com crimes, principalmente com tráfico de drogas”, reitera Clemildo.

Depois dos trâmites de praxe, Clemildo Espiridião de Jesus arrolou várias testemunhas, e apresentou vídeos da suposta operação policial, demonstrando à magistrada da Justiça Federal sua idoneidade e conseguiu o relaxamento da prisão e a liberdade provisória. “Vou continuar trabalhando na defesa da minha clientela, com mais sede de justiça e, com o tempo, vou provar minha inocência e buscar a devida reparação. Jamais perco a fé na Justiça e sei que minha inocência restará provada”, afirma Clemildo.