Rondônia, 23 de novembro de 2024
Polícia

Agentes penitenciários abandonam presídio em Ariquemes e um deles agride soldado; PM evita motim

Um princípio de rebelião foi registrado neste fim de semana no presídio de Ariquemes e a Polícia Militar registrou uma ocorrência de prevaricação contra oito agentes penitenciários da Secretaria de Estado de Justiça (Sejus). Segundo o registro policial, os presos tentaram se rebelar porque os agentes penitenciários do Grupo de Apoio Penitenciário Especial (Gape) deixaram a unidade para almoçar no momento da visita aos presos.

Segundo a ocorrência, ao fazer a fiscalização do efetivo militar escalado no presídio, a guarnição da PM constatou que muitos familiares aguardavam a revista para entrar na unidade prisional e já estavam irritados pela demora. Como havia apenas quatro agentes penitenciários no local, e temendo uma possível rebelião, o comissário do dia, Willian Alves, solicitou o reforço policial militar e afirmou que o procedimento de revistas de segurança é realizado com o reforço da própria Sejus e que não sabia o porquê nenhuma guarnição do Gape não estava ajudando a realizar o procedimento. Mais tarde, a PM foi informada que a equipe do Gape estava almoçando, mesmo sendo o horário do serviço. A informação foi confirmada pelo diretor administrativo e geral do presídio.

Ainda conforme narrado na ocorrência, os presos gritavam e batiam nas grades das celas, afirmando que dariam início a uma rebelião, assim como as esposa dos presos diziam que incitariam os maridos ao motim.

Para evitar problemas, a guarnição ficou no local e fez a segurança de forma ostensiva sem contato físico com internos, familiares ou objetos. Após algum tempo, já no final das revistas dos familiares, chegaram ao presídio duas guarnições do Gape, uma que estava no plantão e a outra que assumiria o serviço.

Ainda conforme a ocorrência, o policial militar Juliano Pereira de Miranda tentou conversar com o agente do Gape Jairo Barbosa Prata Filho, mas os dois iniciaram uma discussão, chegando o agente a chamar o militar inclusive de lixo, que revidou chamando o agente de incompetente.

A discussão esquentou até que Jairo resolveu convidar o PM para conversar em sua sala, mas no corredor de acesso à sala, o agente Jairo desferiu um tapa no rosto do militar, na altura da boca. Segundo a ocorrência, a policial então deu voz de prisão a agente Jairo, sendo ainda respondido: “você está louco? Quer dar voz de prisão para mim na minha casa?”. Então, agente pegou o material, rapidamente chamou a equipe, entrou na van da Sejus e iniciou deslocamento sentido Porto Velho, caracterizando que estava em fuga.

Então a guarnição policial iniciou acompanhamento com sinais luminosos e sirene ligados na rodovia para abordar o agente em fuga, mas ao tentar ultrapassar a viatura da Sejus, o motorista efetuou a manobra de ‘fechar’ a viatura da PM para não permitir a abordagem. Sendo que o motorista da viatura PM foi obrigado a ir para o acostamento, posteriormente retornando a via de rolamento, tentando novamente ultrapassar a viatura da Sejus para interceptá-la, conseguindo desta vez. Desta forma, determinou novamente que o agente penitenciário Jairo fosse conduzido até a Unisp e ele seguiu na viatura da Sejus para a delegacia.

O delegado regional Rodrigo Duarte e a promotora de Justiça Joice estiveram na Unisp durante o registro da ocorrência. O policial militar agredido foi ao hospital para atendimento médico devido ao ferimento na boca e a dor de cabeça. Conforme a polícia, a ocorrência teve como desfecho com termo circunstanciado ao suspeito da prevaricação.

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