Após devassa na Penitenciária Federal de Porto Velho, Beira Mar é transferido
O traficante preso Luiz Fernando da Costa, o “Fernandinho Beira-Mar”, está deixando a Penitenciária Federal de Porto Velho na manhã desta quinta-feira (25), um dia após a ação da Polícia Federal e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) que descobriu que ele continuava dando ordens de dentro do presídio de segurança máxima através de bilhetes picotados.
A transferência ocorre neste momento. Beira Mar já está no aeroporto e será levado de avião para outra unidade prisional. Há informações, não confirmadas pelos órgãos de segurança, que ele segue para o presídio de Catanduvas, do Paraná.
Operação Epístolas
A Operação da Polícia Federal desmontou o esquema engenhoso criado por Fernandinho Beira-Mar para mandar recado do presídio federal de segurança máxima de Porto Velho, para os seus comparsas em diversas partes do país, sem precisar comprar nenhum funcionário. Na Operação Epístolas — termo utilizado para denominar textos escritos de maneira coloquial em forma de carta —, realizada em seis estados, 24 pessoas foram presas, 14 delas só no Rio, entre elas cinco filhos e quatro sobrinhos do traficante, além de três advogados, um deles irmã de Beira-Mar.
Beira-Mar escrevia bilhetes que eram passados por baixo da cela e receptados por uma mulher de um preso vizinho de cela do traficante que recebia visita íntima. Ela colocava a mensagem nas partes íntimas e, já fora da cadeia, repassava para um taxista. Este entregava o bilhete para uma quarta pessoa, que era responsável em digitar a mensagem em uma conta de email, que era usada somente para salvar as mensagens, sem enviá-las.
Membros da quadrilha tinham acesso a esta "conta morta". A ordem era deixar salvo o recado nos rascunhos e destruir o bilhete, para que a letra de Beira-Mar não fosse reconhecida. A quadrilha também se comunicava através de WhatsApp e até através de mímicas, forma de diálogo usada pelo traficante e sua mulher.
Durante a ação no Rio, os policiais encontraram R$ 100 mil em espécie em uma casa de Duque de Caxias, na Baixada, além de 200 cestas básicas e 150 caixas de cigarro. Três comunidades da região são dominadas pela quadrilha do traficante. A PF também investiga a possível ligação do bando do traficante com a política em Duque de Caxias e mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Câmara de Vereadores da cidade.
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