Delegado assedia mulher e mata advogado em boate de Manaus
O advogado Wilson Justo Filho morreu após ser atingido por tiros disparados pelo delegado Gustavo Sotero, plantonista do 1º Distrito Integrado de Polícia de Manaus. A informação foi confirmada pela Polícia Civil.
Uma viatura da Polícia Militar passava pela área do Porão e avistou a confusão. Os policiais pararam no local e efetuaram a prisão do delegado, que não ofereceu resistência segundo o registro da ocorrência. Ele portava uma pistola Taurus .40.
O crime ocorreu por volta das 3 horas deste sábado. Informações de testemunhas dão conta de que o delegado estava assediando a esposa do advogado. Os dois tiveram um desentendimento e o delegado efetuou os disparos à queima-roupa. Ele acertou o peito de Wilson Justo. A esposa dele foi baleada na perna.
Uma viatura da Polícia Militar passava pela área do Porão e avistou a confusão. Os policiais pararam no local e efetuaram a prisão do delegado, que não ofereceu resistência segundo o registro da ocorrência. Ele portava uma pistola Taurus .40.
Além de advogado e político, Wilsinho também era praticante de rugby. Ele deixa duas filhas.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas, Marco Aurélio Choy, afirmou que a instituição vai acompanhar de perto o caso. “A morte desse valoroso colega advogado não ficará impune”, afirmou.
O ex-deputado Marcelo Ramos, que é do mesmo partido de Wilson, lamentou a morte do advogado, de quem era amigo pessoal. “O Wilson era um amigo querido e um companheiro leal, presidente do PR em Novo Airão. Estamos muito consternados pela dor da família e dos amigos. Esperamos que um crime praticado por um agente do estado não fique impune”.
Histórico
Gustavo Sotero, que foi preso em flagrante e indiciado por homicídio doloso e lesão corporal, conforme a Polícia Civil, já se envolveu em uma confusão de trânsito e foi parar na delegacia. Após um acidente, ele se negou a fazer o teste do bafômetro. A polícia chegou a investigar o caso, mas nada ficou comprovado.
Na ocasião, Sotero teria colidido o seu veículo de modelo Gol, cor vermelha, no carro do representante comercial Eduardo Cintrão, sobrinho de um agente da Polícia Federal.
Em depoimento, Cintrão afirmou que o delegado estava com visíveis sinais de embriaguez, e ao tentar negociar o prejuízo do acidente, Sotero teria se alterado. Em seguida, Cintrão acionou uma viatura da Polícia Militar para tentar contê-lo. De acordo com o delegado do 19º Distrito, Maurício Ramos, foi necessário algemar Sotero, pois segundo ele, o mesmo tentou intimidá-los mostrando um revólver.
Com a chegada da polícia, o delegado se recusou a fazer o exame do bafômetro e foi autuado em flagrante por embriaguez ao volante
No dia 14 de fevereiro de 2014, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Amazonas (Sindepol) se pronunciou sobre o caso. O órgão informou que "feitas as devidas ponderações sobre a desnecessidade de se solucionar questões cíveis no âmbito de delegacias, policiais militares passararam a impurtar o delito de embriaguez ao volante a Autoridade Policial" .
O Sindepol também afirmou que "imagens registradas dão conta que o Delegado Gustavo Sotero mantinha calma e não demonstrava qualquer ato que pudesse atentar contra a ordem pública ou que ensejasse a ordem de prisão da forma como equivocadamente se deu".
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