Rondônia, 15 de dezembro de 2025
Polícia

Diretores solicitam PM para manter visitas em presídios durante a greve de agentes

Diferente do informado pela Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), policiais militares da reserva remunerada estão nos presídios ajudando na segurança, o que garantiu as visitas nesta sexta-feira (17). Somente no Presídio de Médio Porte, o Pandinha, a Polícia Militar (PM) não ficou e a direção decidiu suspender a visitação. Familiares dos presos reclamavam na frente da unidade prisional, pedindo para que fossem entregues, pelo menos, os alimentos dos apenados. A situação ocorre por conta da greve dos agentes penitenciários que está no segundo dia.

Vanusa, a mãe de um preso, conta que chegou ao presídio por volta das 5 horas desta sexta-feira para ver o filho. “A gente vem visitar, não consegue e ainda é maltratada. Só quero ter o direito de entregar os alimentos que trouxe para o meu filho. Porque aí (Pandinha) até a água eles bebem a do chuveiro. Muito desumano isso”, reclama.

A esposa de um preso, que prefere não se identificar, queixa-se da mesma situação. Ela diz que saiu de casa de madrugada, na esperança de ver o marido preso há seis meses e não estava conseguindo. “Todos os outros presídios está tendo visita, somente aqui que não. A gente não tem nada a ver com a greve deles, com o salário deles. Nós só queremos ter o direito a nossa visita”, diz a visitante.

No presídio, um agente penitenciário que cuidava da portaria, informou que a própria Sejus determinou a suspensão da visita. “Não tem efetivo suficiente. A PM veio mas foi embora”, disse o agente. A direção não quis falar sobre o assunto.

Já no Presídio José Mário Alves da Silva (o Urso Branco), Palona de Andrade Miranda saiu de Ariquemes para visitar o marido. Segundo ela, chegou a unidade prisional por volta das 5h30min. “A visita está normal, mas está muito demorada. É um absurdo, inclusive, a gente ter que pagar R$ 2,50 por uma sacola transparente para poder entrar com as coisas que trouxe”, diz a jovem.

Rosiane da Silva Lacerda também queria visitar o marido que está na unidade há três meses. Para ela, o maior problema é a demora na triagem até conseguir entrar no presídio. “É muito demorado e não tem um lugar que a gente possa ficar senão debaixo do sol. Sai da portaria, depois fica na fila ali mais na frente. Sempre no sol”, queixa-se.

Luciano Pessoa, chefe do setor de visitas de Urso Branco disse que a visita foi mantida porque o diretor da unidade prisional solicitou o reforço da Polícia Militar. “A greve está mantida, mas temos 30% do efetivo na unidade. Com isso, o diretor pediu reforço da PM para garantir a visita. Mas a forma como a visita está acontecendo não está sendo a adequada. As pessoas que trabalham no setor de visitas já conhecem o procedimento, e mesmo com ajuda, nem todos sabem, pode passar alguma coisa não permitida, até por desconhecimento mesmo, e isso deixa a segurança fragilizada. E a PM está ajudando na visita e somam no efetivo da carceragem”, explica Luciano Pessoa.

No Urso Panda, a visita demorou a começar, mas por volta das 9 horas, foi liberada. As medidas de segurança foram tomadas. João Carlos Landolf foi levar a cunhada para visitar o filho. Ele conta que chegou por volta das 7h30min e tiveram que esperar. “Chegamos e tivemos que esperar, mas isso já é normal. Hoje demorou um pouco mais, mas já está liberado”, diz. Ainda do lado de fora, um outro jovem esperava a mãe que tinha entrado para visitar o filho. “Minha mãe quase não vem aqui por causa dessa burocracia. Viemos hoje e quase desistimos. Aqui fora é muita burocracia, olham tudo para poder entrar, mas sempre acham coisas lá dentro”, diz.

“A greve está mantida, assim como o efetivo 30% nas unidades prisionais, conforme manda a lei. Saiu um parecer na Justiça para que o sindicato suspendesse a greve, mas a categoria decidiu em unanimidade decidiu por continuar. Agora estamos esperando o resultado de uma reunião entre a Sejus e o sindicato sobre a greve”, diz Claiton Júnior, membro do Singeperon.

A paralisação

Agentes penitenciários e sócioeducadores deflagraram a greve no início da manhã de quinta-feira (16), mesmo com um determinação de Justiça solicitando a suspensão do movimento paredista. A categoria reivindica a aprovação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) que vem sendo discutido e ainda não foi enviado à aprovação da Assembleia Legislativa.

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