Família sofre com alagação em propriedade depois de obra municipal

Três dias depois de ter fechado a Estrada do Areia Branca, na Zona Sul da capital, na intenção de chamar atenção das autoridades para o problema de alagação em sua propriedade na madrugada da última segunda-feira, o morador à margem do Igarapé Bate Estaca, Francisco Ramos não obteve nenhuma resposta quanto à solução do dilema e o quintal da residência continua embaixo d’água.

Esta é a segunda vez que a família de seu Francisco acorda pela madrugada com a casa sendo inundada. “Desde que começaram a obra da ponte sobre o igarapé, nós estamos sofrendo. Se eles colocassem mais duas peças de galeria no leito do Bate Estaca, onde fizeram uma barragem de dois metros de altura, a água teria como correr e não alagaria a minha casa”. Após a obra, a casa de Francisco ficou abaixo do nível do igarapé, e com o período chuvoso, as águas transbordam e alagam a propriedade.

Há seis meses, uma forte chuva também elevou o nível das águas e a família foi atingida pela primeira vez, perdendo parte dos móveis e prejudicando a estrutura do imóvel. “Agora, só conseguimos salvar duas camas, e nossos móveis são caixas de papelão, porque perdemos tudo, inclusive os cinco freezers que usávamos para armazenar as poupas de frutas que vendemos”, lamenta Francisco.

A família ainda não consegue estimar o tamanho do prejuízo, mas as condições atuais em que Francisco, a esposa e um filho de 10 anos de idade estão vivendo já são suficientes para mensurar problema. O homem conta que já deu entrada com ação judicial contra o Executivo Municipal, e que nesta quinta-feira irá protocolar denúncia no Ministério Público do Estado sobre a obra.

“Nenhum representante da prefeitura nos procurou para conversar ou dar uma solução para o problema. Se vamos lá na Secretaria de Obras não somos atendidos, então o jeito é procurar a Justiça”, finalizou.