Iphan constrói cerca para isolar Praça da Madeira Mamoré
Uma polêmica está tirando o sono de vendedores ambulantes da Praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Desta vez, uma cerca que está sendo construída, segundo a Fundação Cultural de Porto Velho (Funcultural), pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), fechando todo o complexo.
Segundo os ambulantes, nenhuma resposta foi oficializada pela Funcultural quanto à concessão de espaço para uma praça de alimentação dentro da praça, e mais de 50 pessoas dependem da venda de comidas, pula-pula e outras atrações para os visitantes. Todos os dias eles montam barracas na calçada de entrada do complexo, e armam os brinquedos no gramado da praça.
“Nós estamos aqui há anos. Meu avô já tinha restaurante há vinte anos quando existia a praça de alimentação lá na beira do rio. Depois meu pai assumiu e agora eu. Com a última enchente nós subimos, mas são 50 famílias que dependem desse trabalho e agora estão sem saber se vão poder permanecer aqui ou não”, diz o pasteleiro André Ricardo Souza Pimenta.
Ainda não está definido pelos órgãos competentes como será o funcionamento e horários de abertura dos portões, bem como se haverá ou não espaço para barracas de comidas e entretenimento infantil, mas a Funcultural garante que a intenção é “oferecer aos visitantes da Madeira Mamoré um ambiente mais organizado e tranquilo”.
A Funcultural desmente boatos de que haverá cobrança para a entrada de visitantes e turistas no complexo, e diz que não haverá restrições de circulação. “A ideia é organizar, dar mais segurança e preservar o patrimônio”, disse o vice-presidente da fundação, Rafael Altomar.
Para autônoma Rosilene Dias, que mora em Ariquemes e está de passagem pela capital, a ideia é plausível. “Se é para melhorar o local, não permitir que vândalos passem o dia aí usando drogas, dormindo e destruindo o patrimônio, acho muito boa iniciativa. Quando viajamos para grandes capitais e visitamos os parques percebemos que tem horário de funcionamento e fechamento. Mas para isso é preciso oferecer mesmo segurança, ter pessoas da área fiscalizando e garantindo o bem estar dos visitantes”.
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