Rondônia, 22 de novembro de 2024
Polícia

Juiz da Infância e Juventude decreta preventivas de pai e madrasta de criança encontrada acorrentada na capital

O juiz da Vara de Proteção à Infância da Comarca de Porto Velho, Flávio de Melo, decretou nesta terça-feira (21) as prisões preventivas do pai e madrasta de uma criança, de 10 anos, que estava acorrentada há pelo menos três dias, crime ocorrido em uma casa no bairro São Sebastião, zona norte de Porto Velho. O menino foi resgatado na segunda-feira (20), após o caso ser descoberto por um funcionário da Energisa.

Segundo apurou o RONDONIAGORA junto ao Tribunal de Justiça, o magistrado considerou os fatos bastante graves, por isso decretou a preventiva. Ele ainda determinou o acompanhamento de três outros menores, que moravam na mesma casa, pelo núcleo psicossocial do Tribunal de Justiça. Dois deles estão na casa de parentes, mas se os profissionais da Justiça verificarem sinais de maus tratos poderão ser levados para abrigos. A criança que estava acorrentada já está em abrigo institucional.

Flagrante

A PM foi chamada após um funcionário da Energisa, testemunhar o crime e acionar as autoridades. Pai e a madrasta da vítima foram presos.

O funcionário da Energisa informou à Polícia que estava realizando o corte de energia em uma residência próxima quando uma criança saiu da casa e pediu ajuda, relatando que seu colega estava preso acorrentado e passava fome. O trabalhador relatou ao supervisor, que entrou na propriedade e encontrou a vítima acorrentada a uma janela, debilitado, magro e com lesões na perna esquerda, indicando queimaduras.

Rapidamente, uma equipe da Polícia Militar foi acionada. Chegando no imóvel, os policiais conseguiram entrar e soltaram a criança.

Como o menino estava bastante debilitado, com fome, com marcas de agressão e queimadura pelo corpo, os policiais imediatamente o socorreram até a Policlínica Ana Adelaide.

A PM conseguiu contato com um irmão mais velho, e ele detalho que acorrentou a criança a mando do pai.

Os policiais descobriram onde a madrasta da vítima, trabalhava e foram até o local. Questionada, ela afirmou que não tinha nenhuma responsabilidade com a criança, mesmo morando na mesma casa.

As diligências continuaram, e os policiais seguiram até o trabalho do pai. Ao ser informado da situação em que o filho dele se encontrava, o homem disse apenas que saiu de casa para trabalhar logo no início da manhã, deixando seu filho mais velho responsável pela vítima.

Durante a confecção da ocorrência, o irmão mais velho da criança, relatou que as condições em que o menino foi encontrado, foi mediante ordem do seu pai e ciência da madrasta, que moravam na mesma casa.

Aos policiais, a vítima disse ainda, que estava acorrentado há três dias. 

Presos, pai e madrasta foram levados para o Departamento de Flagrantes. Na delegacia, o casal chegou a dizer que não sabia que a criança estava acorrentada.

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