Oito vítimas de chacina são identificadas; corpos são transladados para Rondônia
Oito das nove vítimas da chacina na Gleba Taquaruçu do Norte, no Município de Colniza (1.065 km de Cuiabá), já foram identificadas pela Politec (Pericia Oficial e Identificação Técnica).
A Secretaria de Estado de Segurança Pública confirmou que os crimes aconteceram por volta das 17h30 de quarta-feira (19).
Policiais militares, civis e homens dos Bombeiros, além de Politec, estão desde a quinta-feira (20) trabalhando no caso. Acredita-se que o massacre tenha sido motivado pela disputa por terras.
A Secretaria de Estado de Segurança Pública confirmou que os crimes aconteceram por volta das 17h30 de quarta-feira (19).
Os profissionais continuam os trabalhos de necropsia nas vítimas. Os nove corpos chegaram na madrugada deste sábado ao Município.
A perícia concluiu que o grupo foi morto a facadas e tiros de espingarda calibre 12.
Um médico legista de Juína foi levado de aeronave do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para realizar os exames.
O laudo com a causa da morte tem o prazo de 10 dias para ser enviado ao delegado que está investigando o caso.
Policiais civis e militares ainda estão no local do crime colhendo depoimentos e pistas.
“Estamos realizando os trabalhos de investigação e de identificação dos corpos em conjunto”, disse o secretário de Estado de Segurança Pública, Rogers Jarbas.
Uma equipe da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), composta pelo delegado Marcelo Miranda, três investigadores e um escrivão, e uma equipe de três peritos especializados em local de crime irão para região onde ocorreu o massacre.
“Estamos mobilizando mais uma equipe da DHPP e especialistas em local de crime da Politec para auxiliar na força-tarefa que já está mobilizada na região”, disse o secretário.
Força-tarefa
Uma força-tarefa foi montada para o resgate dos corpos. Ao todo 32 profissionais participaram dos trabalhos. Foram empregados 19 policiais militares, quatro policiais civis, três bombeiros militares, quatro peritos e dois pilotos do Cioaper.
Ainda foram utilizados seis viaturas da Polícia Militar e Civil, cinco caminhonetes emprestadas, um avião, dois barcos emprestados e uma motocicleta com carretinha. Os profissionais contaram com o apoio dos moradores da região.
Os trabalhos da Sesp começaram na quinta-feira (20), logo que as forças de Segurança Pública tomaram conhecimento do crime. Imediatamente equipes das Políciais Civil e Militar se deslocaram para o local.
Na manhã da sexta-feira (21), três técnicos Politec de Cuiabá decolaram do hangar do Ciopaer, com destino ao distrito de Guariba, cerca de 150 quilômetros de Colniza para iniciar os trabalhos.
De lá os profissionais percorreram mais 200 quilômetros até a localidade de Taquaruçu do Norte, onde seguiram por mais 15 minutos de barco para chegar ao local do crime.
Dom Pedro
Neste sábado, a Prelazia de São Félix do Araguaia, que tem Dom Pedro Casaldáliga como bispo emérito, divulgou nota manifestando solidariedade às vítimas e indignação com o crime.
“Este massacre acontece num momento histórico de usurpação do poder político através de um golpe institucional, com avanços tão graves na perda de direitos fundamentais para o povo brasileiro que coloca o governo do atual presidente Temer numa posição de guerra contra os pobres, isso refletido de forma concreta nos projetos, como as Medidas Provisórias 215 e 759, que violam direitos dos povos do campo e comunidades tradicionais”, afirma a nota.
“Como consequência, o ano de 2016 foi o mais violento dos últimos 13 anos, apontando para uma perspectiva desoladora no campo. E esta situação de Colniza, onde assassinaram inclusive crianças, nos expõe diante dos objetivos de ruralistas que não temem nada para conseguir as terras que buscam”, segue.
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