Operação Epístolas: Quadrilha de Beira Mar caiu após bilhete ser encontrado em marmita no presídio federal de Porto Velho
Deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Federal, a Operação Epístolas investiga organização criminosa que atuava no tráfico de drogas e na lavagem de dinheiro. A quadrilha, cujo líder é o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, está preso há 11 anos no sistema penitenciário federal, movimentou valores superiores a R$ 9 milhões, com ordens recebidas pela troca de bilhetes de dentro do presídio.
Estão sendo cumpridos 22 mandados de prisão preventiva, 13 de prisão temporária, 27 de condução coercitiva, 85 de busca e apreensão, além de diversas outras medidas cautelares, incluindo-se o bloqueio de valores, que somados chegam a R$ 9 milhões depositados em 51 contas bancárias e suspensão de atividades comerciais de nove empresas. As medidas da 3ª Vara Federal estão sendo cumpridas em Rondônia, no Rio de Janeiro, Paraíba, Ceará, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
As investigações se iniciaram há cerca de um ano com a apreensão de um bilhete picotado em uma marmita encontrado por agentes federais de execução penal na Penitenciária Federal de Porto Velho. Após a reconstituição e exame grafotécnico, atestou-se ter sido escrito pelo líder da quadrilha, preso naquela unidade. Pelo documento, foi possível identificar ordens a outros integrantes do grupo que se encontravam em liberdade. Foram apreendidos cerca de 50 bilhetes redigidos ou endereçados ao interno que eram entregues por um esquema elaborado para a transmissão de seus recados.
Para tentar comprovar a origem dos rendimentos, foi montado um forte esquema de lavagem de capitais através de empresas de fachada e estabelecimentos comerciais, sobretudo casas de shows e bares, além de aquisições e reformas imobiliárias. Estima-se que a organização chegue a movimentar mensalmente valores superiores a R$ 1 milhão, em razão das atividades ilícitas desempenhadas, sendo identificados preliminarmente bens pertencentes ao grupo avaliados em aproximadamente R$ 30 milhões.
Os presos preventivamente em outros estados da Federação serão levados para o estado de Rondônia, sendo determinada a transferência imediata do líder e do comparsa responsável pela saída e entrada dos bilhetes para outra unidade do sistema penitenciário federal e a inclusão emergencial de alguns integrantes na Penitenciária Federal de Porto Velho, como forma de desarticular a organização criminosa.
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