Rondônia, 26 de dezembro de 2024
Polícia

Prefeitura vai cobrar por estacionamentos no centro e zonas Leste e Sul de Porto Velho

A frota de veículos de Porto Velho cresceu muito nos últimos anos. Em 2016, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) computa quase 250 mil veículos registrados e transitando pela capital. Com isso, nos horários de pico já é comum perceber engarrafamentos e lentidão nas vias. Outro problema muito recorrente é a falta de vagas para estacionar, principalmente na região central. A alternativa que muitos motoristas encontram é utilizar os estacionamentos privados que costumam cobrar pelo tempo de permanência. Para amenizar a situação, a prefeitura de Porto Velho prometeu, há algum tempo, o retorno do estacionamento rotativo, mas ainda não há previsão para a entrada em vigor do serviço.

O motorista Jardelson Almeida Reis trabalha com venda e entrega de pães caseiros junto com a mãe. Para ele, o trabalho as vezes é prejudicado porque ele não encontra vaga para estacionar o carro. “Normalmente tenho que dar três voltas numa quadra para conseguir, ou para em fila dupla e esperar alguém sair para poder estacionar. Hoje parei na vaga de deficiente para minha mãe tirar o pão, então é rápido e já saio, mas é difícil mesmo, principalmente próximo de órgãos públicos”, diz o jovem.

Para quem utiliza motocicleta é mais fácil encontrar vagas. Por isso a preferência pelo veículo que a estudante Caroline Moraes tem. “Prefiro a moto pela mobilidade e facilidade para estacionar. E até evito carro porque além de gastar mais, você ainda tem que pagar para os flanelinhas. Com moto eles quase não pedem e só pago se tiver dinheiro”, diz.

O guardador de carros José Augusto, conta que trabalha na rua há muito tempo e ajuda os motoristas a encontrarem as vagas. Sobre a cobrança, ele diz que pede ajuda, mas a pessoa não é obrigada a pagar. “A gente cuida dos carros, com segurança, indica e organiza o estacionamento aqui. A gente não cobra, a pessoa paga se quiser e o valor que quiser”, diz o guardador de carros que não aceita o termo flanelinha. “Flanelinha não. Flanelinha são os caras lá de São Paulo que risca e rouba os carros. Aqui nós somos os guardinhas”.

Com tanto tempo trabalhando desta forma, o companheiro de trabalho de José Augusto, que preferiu não dizer o nome, conta que já houve muitos problemas. “Já aconteceu de uma mulher reclamar que o carro dela foi riscado. Mas eu não tive culpa. Foi lá no Mercado Central, ela me tirou ainda. Mandou eu arrumar um trabalho, mas isso aqui é meu trabalho e faço com muito gosto”, garante.

Para resolver o problema, o motorista Bruno Negreiros acredita que a criação de um parquímetro seria mais viável. Como costuma frequentar muitos prédios públicos, ele diz que normalmente perde pelo menos meia hora por dia a procura de uma vaga para estacionar. “Os órgãos públicos são os piores lugares. Além dos funcionários que chegam cedo e deixam o veículo estacionado o dia inteiro, as vagas são reduzidas. É realmente muito difícil”, afirma Bruno. “O parquímetro obriga o motorista a pagar por aquele local ou faz com que ele ceda a vaga para quem precisa. Do jeito que está agora, o comércio tem prejuízo. Eu moro na Zona sul e até lá está um caos”.

E é exatamente a criação de um parquímetro que a Secretaria Municipal de Transito e Transportes (Semtran) diz que estar preparando o projeto básico para licitar. Segundo Francisco Ciarin, coordenador municipal de tráfego, uma empresa de consultoria foi contratada e fez a análise de como e onde seria a melhor forma para ter mais fluidez no trânsito. “Eles fizeram a análise e agora o processo está em elaboração do projeto básico, para depois licitar. Foram verificadas as principais ruas do Centro, Zona Sul e Leste de Porto Velho, onde devem ser instalados parquímetros”. Francisco acredita no entanto, que a falta de vagas deve-se ao crescimento da cidade. “A via é para escoamento e não para garagem de carro”, diz.

Segundo o secretário da Semtran, Antônio Jorge dos Santos, valores que serão cobrados ainda serão definidos no projeto básico e pelo estudo econômico. “O parquímetro terá as centrais onde vendem o cartão e o motorista será cobrado pelo tempo em que permanecer no local, mas isso tudo ainda está sendo definido pelo estudo econômico”, finaliza o secretário.

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