Vídeo: acusados de forjar suicídio de jovem participam de reconstituição; delegada não tem dúvidas de crime
Agentes da Delegacia de Homicídios de Porto Velho, sob o comando da delegada Leisaloma Carvalho, realizaram na noite desta quinta-feira (16), a reconstituição da morte da jovem Monalisa Gomes da Mata, ocorrida no último dia 6. A Polícia, com base em laudos e depoimentos não tem dúvidas que ela foi assassinada, segundo explicou a delegada. Os dois acusados, que estão presos preventivamente, o jornalista João Paulo Prudêncio dos Santos e o amigo Thiago da Cunha Alves, participaram da reconstituição e entraram em várias contradições.
Thiago era companheiro de Monalisa. Os três estavam bebendo na noite em que ela morreu. A dupla garante que a jovem cometeu suicídio, cometido após o casal brigar, mas testemunhas negaram a versão. Investigações preliminares da Polícia Civil já mostraram que eram frágeis os argumentos e eles foram presos em flagrante. A prisão foi convertida em preventiva.
Em coletiva após a reconstituição, a delegada Leisaloma Carvalho destacou que desde o começo da investigação, ainda na central de flagrantes a Polícia começou a ter certeza que Monalisa foi vítima de feminicídio. “O laudo é conclusivo, que ela foi estrangulada, houve uma simulação”, disse.
Sobre as versões apresentadas por Thiago e João Paulo, ela detalha que enquanto um falou que a vítima foi deixada sentada, o outro diz que ela estava deitada. “Eles estão mentindo, tenho certeza absoluta. Tudo indica que é um crime de feminicídio... A reprodução simulada foi esclarecedora, o que está nos autos é concreto, ela infelizmente, foi vítima de feminicídio”, afirmou a delegada.
Com relação a conduta dos dois, ela explica que o inquérito dá certeza que os dois estavam no local quando Monalisa morreu. Embora aleguem que saíram do apartamento, testemunhas ouvidas deixam clara a contradição e tudo indica que eles estavam no local no momento do crime. “Quem praticou e quem auxiliou o inquérito vai dizer. Os dois estavam no local do crime”.
CONFIRA A CHEGADA DOS ACUSADOS E EM SEGUIDA A COLETIVA:
Flagrante
João Paulo e Thiago foram presos pela Polícia Militar na madrugada do dia 6, por suspeita de envolvimento na morte de Monalisa em um apartamento, localizado no bairro Embratel, em Porto Velho. A PM registrou o caso como feminicídio. Na versão dos presos, a vítima se matou.
Laudo preliminar do IML apontou que a jovem foi estrangulada e tinha uma série de escoriações pelo corpo. O delegado apurou que as brigas do casal eram constantes e que mesmo nesse momento não sendo possível definir a participação de cada um, devem responder no limite de suas responsabilidades, que serão apuradas.
De acordo com a ocorrência 189509/2021, a PM foi acionada na unidade fixa do Samu para averiguar possível suicídio de Monalisa, levada ao local pelos suspeitos, que alegaram ter encontrado a mulher com fio enrolado no pescoço.
Questionado pelos policiais, Thiago informou que os três estavam bebendo em um bar nas proximidades, quando decidiram ir embora. O casal foi para o apartamento. João afirmou aos policiais que momentos depois recebeu mensagem da vítima, pedindo para se dirigir ao local. No apartamento ele disse que testemunhou uma intensa discussão e viu Monalisa quebrar uma garrafa e ficou segurando o gargalo. Ele e Thiago então saíram do apartamento.
Após trinta minutos, os dois relataram que retornaram ao local e encontraram Monalisa caída no chão e com um fio enrolado no pescoço.
Aos policiais, eles disseram que tiraram o fio do pescoço da vítima, a colocaram em um carro, socorreram Monalisa até a SAMU, mas a mulher já estava sem vida, conforme relatos do médico que prestou atendimento.
Testemunha ouviu pedidos de socorro
Ouvida por policiais militares ainda no local da ocorrência, uma testemunha contou outra versão. Disse que ouviu a vítima pedindo socorro e que os dois suspeitos estavam dentro do apartamento.
A testemunha garante que não viu João Paulo e Thiago saindo do apartamento antes como alegaram e minutos depois avistou quando a dupla saiu com a mulher desacordada.
A Polícia Militar deu voz de prisão e encaminhou os dois para o Departamento de Flagrantes, onde ficaram à disposição da justiça.
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