Amorim diz que BNDES favorece Friboi porque deu dinheiro para campanhas de Lula
A política pública em prática do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) é do cinismo, afronta ao mercado livre, com fomento explícito e comemorado ao cartel de frigoríficos, em detrimento dos pequenos e médios que estão indo à bancarrota. O desabafo é do deputado federal Ernandes Amorim (PTB), ao repercutir lucro líquido de quase R$ 100 milhões, no primeiro trimestre deste ano, do grupo JBS Friboi, após intervenção do banco oficial.
O parlamentar diz ter requerido vários pedidos de investigações de favorecimento do Bndes ao cartel de frigoríficos no país, liderado pelo JBS Friboi, hoje maior empresa de carnes do mundo graças aos mimos do banco, mas esbarra em obstáculos. Não sei se pelo apoio dado a caixa de campanha do partido do presidente Lula, conforme denunciado pela mídia nacional, no patrocínio inclusive de um filme sobre a história do presidente, só sei que a coisa não anda. E o que se vê, a cada dia, é o dinheiro do trabalhador favorecendo um grupo antes falido, que com as injeções contínuas em épocas certas, domina o mercado de carne e já parte para investimentos até na usina de Belo Monte, e os pequenos e grandes ficam reféns desse cartel, reclama Amorim.
A mágica é simples, de acordo com o parlamentar. Recentemente o JBS Friboi colocou à venda um pacote de dois milhões de debêntures no valor de R$ 3,48 bilhões, e como não houve interesse do mercado, o BNDES comprou 99,9 % dos papéis através da BndesPar, empresa de participações do banco. Nessa brincadeirinha o Bndes já torrou dos recursos do trabalhador ao menos R$ 7,5 bilhões só com a Friboi, estima Amorim.
Esse afago do Bndes, segundo Amorim, tem sido criticado também pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que vê como exagero a intervenção do banco. Porque esse interesse de investir maciçamente em apenas uma empresa. Existem várias no mercado, os pequenos e médios, pois os ditos grandes já foram engolidos pelo Friboi após as benesses do Bndes. É esse grupo sozinho que dita às regras do mercado, preço do boi e da carne e limita as opções de venda dos criadores. É essa a política pública do Bndes que temos questionado, mas parece que estão todos anestesiados. Não podemos nos render a isso e, o pior, sendo custeado e promovido pelo governo com recursos que originariamente deveriam ser empregados em outros empreendimentos, afirma o parlamentar.
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